Tarifaço

Governo iniciará reuniões com representantes do setor produtivo, diz Alckmin

Segundo o vice-presidente, a primeira rodada de conversas será realizada nesta terça-feira (15/7), no Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília

O vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou, nesta segunda-feira (14/7), que o governo federal vai iniciar uma série de reuniões com representantes do setor produtivo para discutir as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida foi anunciada na semana passada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e causou forte reação em Brasília e entre empresários de setores afetados.

A primeira rodada de conversas será realizada nesta terça-feira (15/7), no Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília. Pela manhã, às 10h, serão ouvidos representantes da indústria. À tarde, a partir das 14h, será a vez do agronegócio. Segundo Alckmin, esta será apenas a etapa inicial de uma estratégia mais ampla de articulação conjunta entre o governo brasileiro e a iniciativa privada.

“O presidente Lula criou um comitê de trabalho, formado pelo MDIC, Casa Civil, Ministério da Fazenda e Ministério das Relações Exteriores. A primeira tarefa é conversar com o setor privado. Vamos trabalhar juntos para reverter essa questão, que é totalmente inadequada”, afirmou Alckmin.

O ministro destacou que o diálogo com o setor produtivo brasileiro não se esgotará nesta semana e que novas reuniões já estão previstas. “Chamamos as entidades e algumas empresas diretamente impactadas. Isso não vai se limitar a amanhã, essa é a primeira conversa. Vamos dar continuidade a esse trabalho”, garantiu.

Além da interlocução com os setores diretamente atingidos, o governo pretende também buscar apoio entre empresas e entidades norte-americanas, como forma de pressionar por uma revisão da medida imposta por Trump.

“É evidente que as empresas americanas também serão atingidas. Vamos conversar com elas e com as entidades do comércio Brasil-EUA. Há uma integração em cadeia. Vamos agir em conjunto”, explicou o ministro.

As tarifas de 50% afetam setores estratégicos da economia brasileira, incluindo exportações de aço, alumínio, carne bovina, suco de laranja, calçados e celulose. A expectativa é que as conversas desta semana ajudem a traçar uma estratégia de resposta política e comercial, com apoio tanto interno quanto internacional.

Prorrogação de prazo

Alckmin também negou informações que circularam nos últimos dias sobre um possível pedido brasileiro de prorrogação do prazo para início das tarifas ou mesmo de negociação sobre os percentuais aplicados. “Não tem procedência. O governo não pediu nenhuma prorrogação de prazo e não fez nenhuma proposta sobre alíquota. Estamos ouvindo os setores mais envolvidos, para que o setor privado também participe e mobilize seus parceiros nos EUA. Assim como o governo fará”, disse.

Ao rebater os argumentos da Casa Branca, que justificaram as tarifas com base em alegados desequilíbrios comerciais, Alckmin apontou que a balança comercial entre os dois países não sustenta a medida adotada. “Dos 10 produtos que os Estados Unidos mais exportam para o Brasil, 8 têm tarifa zero”, afirmou o ministro, destacando que, em muitos casos, o regime tarifário é mais vantajoso para os americanos.

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As tarifas de 50% afetam setores estratégicos da economia brasileira, incluindo exportações de aço, alumínio, carne bovina, suco de laranja, calçados e celulose. A expectativa é que as conversas desta semana ajudem a traçar uma estratégia de resposta política e comercial, com apoio tanto interno quanto internacional.

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