
O governo federal está ciente da deterioração das contas dos Correios, estatal que esteve no centro do escândalo do Mensalão e que a registrar prejuízos desde 2022. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, descartou a possibilidade de aporte do Tesouro Nacional na companhia, mas não apresentou uma saída para estancar as perdas sucessivas da estatal que somam R$ 8,2 bilhões.
“O governo tem compromisso para dar todo o suporte para os Correios e desenhar um projeto. Mas o Tesouro e o governo veem com muita resistência a eventual necessidade de aporte aos Correios”, disse Durigan, nesta segunda-feira (22/09), a jornalistas, durante a apresentação do relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, que prevê um bloqueio adicional de R$ 1,4 bilhão nas despesas, em relação à estimativa anterior, para R$ 12,1 bilhões.
De acordo com o secretário, o governo também "não vê com bons olhos" aporte do Tesouro ou uma proposta de capitalização da companhia. No acumulado do primeiro semestre deste ano, a estatal reportou perdas de R$ 4,3 bilhões -- saldo negativo 222% superior à perda de R$ 1,3 bilhão contabilizada de janeiro a junho de 2024.
No ano passado, o prejuízo da estatal saltou 310%, na comparação com o balanço de 2023, somando R$ 2,6 bilhões. E, para piorar, o patrimônio líquido dos Correios está negativo em R$ 8,7 bilhões -- praticamente o dobro do registrado no primeiro semestre de 2024. Esse dado é decorrente dos prejuízos acumulados da estatal que somaram R$ 8,2 bilhões em junho deste ano.
O secretário da Fazenda disse que teve conversas recentes com executivos de dois bancos, Citigroup e BTG Pactual, e confirmou que eles cobraram do governo um enfrentamento da crise da estatal. “Houve demanda para o governo dar prioridade para o tema e mostrar que os Correios não estão à deriva”, garantiu.
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Durigan afirmou que a equipe econômica vai analisar o novo plano de ação traçado pela nova diretoria da companhia para estancar as perdas. “Vamos analisar e acompanhar de perto a proposta”, acrescentou.
Na semana passada, o Conselho de Administração da estatal aprovou o nome do economista Emmanoel Schmidt Rondon para a presidência da companhia. A posse deve ocorrer ainda nesta semana.
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