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Dólar avança e atinge R$ 5,36 puxado por mercado de trabalho nos EUA

Índice Bovespa acompanhou queda das bolsas norte-americanas e fechou o dia com baixa de 0,81%

Dólar vai a R$ 5,71 -  (crédito: Steven Depolo)
Dólar vai a R$ 5,71 - (crédito: Steven Depolo)

O dólar ganhou força no cenário global, nesta quinta-feira (25/9), após dados relacionados ao mercado de trabalho nos Estados Unidos apontarem uma atividade econômica mais forte que o esperado. O movimento causou uma apreciação da divisa no mercado internacional, com o Índice DXY registrando avanço de 0,6% ao final do dia. Em relação ao real, o câmbio avançou 0,7%, cotado a R$ 5,36.

É o segundo aumento consecutivo do dólar em relação ao real, após a moeda ter furado a barreira dos R$ 5,30, encerrando aos R$ 5,27 na última terça-feira. O cenário de dólar mais forte nesta quinta atingiu principalmente as divisas mais fortes do mercado internacional. Mesmo com o real não integrando essa cesta, a percepção de maior robustez do dólar tende a pressionar também a moeda brasileira, na avaliação do especialista e sócio-fundador da Guardian Capital, Thiago Costa Azevedo.

Para o especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, a leitura final do PIB nos Estados Unidos reforçou a ideia de que a economia norte-americana segue resiliente, reduzindo as apostas em cortes adicionais de juros no curto prazo. Na última semana, o Federal Reserve (Fed) – Banco Central dos EUA – cortou a taxa do país em 0,25%, para uma banda entre 4% e 4,25%.

“A percepção de que o Fed deve manter os juros em patamar elevado sustentou os rendimentos dos Treasuries (títulos de dívida dos EUA), com as taxas de 2, 10 e 30 anos em alta, e provocou queda nos principais índices de Wall Street. No câmbio, o fortalecimento global do dólar foi evidente: o índice DXY subiu, a moeda americana ganhou terreno sobre euro, libra e iene, e se valorizou frente ao franco suíço”, avalia.

Apesar dos dados fortes sobre a atividade econômica no país, há um receio por parte dos investidores de que o Fed entenda que uma economia forte e inflação alta impeçam novos cortes de juros. Diante disso, o principal índice da Bolsa de Nova York, o Dow Jones, recuou 0,38%, enquanto que Nasdaq e S&P 500 tiveram, ambas, queda de 0,5% ao final do pregão.

Bolsa brasileira recua

O resultado negativo das bolsas nos EUA também impactaram o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo – o Ibovespa – que registrou queda de 0,81%, aos 145.306 pontos. Na visão do especialista em investimentos da Axia Investing Felipe Sant'Anna, ações como as dos principais bancos e da Petrobras contribuíram para a baixa.

“A Petrobras junto com os bancos caíram todo mundo em bloco. Santander caiu, Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, todo mundo teve quedas bastante consideráveis. Petrobras caiu 0,8% e esses são alguns dos maiores pesos do nosso Ibovespa que fez com que a bolsa ficasse azeda o dia inteirinho”, destaca.

Nesta quinta-feira, também houve a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) – considerada a prévia da inflação mensal – que voltou a acelerar no mês, após uma deflação em agosto. Mesmo assim, o aumento de preços veio menor do que o esperado. Além disso, o Banco Central divulgou o Relatório de Política Monetária (RPM), com revisões do PIB para 1,5% em 2025 e 2% em 2026.

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postado em 25/09/2025 20:04
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