
O Ministério das Cidades, em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estuda a implementação de 187 projetos para elevar a sustentabilidade urbana em 21 grandes cidades brasileiras a longo prazo. A projeção do governo é de que, a partir de 2054, as propostas evitem uma emissão de 3,1 milhões de toneladas de gás carbônico por ano, o que corresponde à absorção em uma área de 6,2 mil km² de floresta amazônica, ou cinco vezes o tamanho do município do Rio de Janeiro.
A informação foi divulgada nesta nesta quinta-feira, no 5º Boletim Informativo do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU). Além da questão ambiental, a pesquisa estima que, até 2054, o número de mortes em acidentes de trânsito seja reduzido a 8 mil. Em 2024, os óbitos por esse motivo atingiram 26 mil, de acordo com dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Para o Distrito Federal, o estudo prevê a implementação de 13 propostas, sendo duas para o Metrô-DF, quatro para VLT e outras sete para o BRT. No total, os projetos devem alcançar 279km de malha urbana para as regiões administrativas e o Entorno. Os pesquisadores avaliam que, com os projetos concluídos, o tempo médio de deslocamento na capital federal pode reduzir em até 14%.
O material também prevê melhorias no acesso a empregos e serviços essenciais e redução de cerca de 10% no custo da mobilidade urbana. No total, os 187 projetos somados devem demandar investimentos de R$ 430 bilhões, sendo R$ 230 bilhões em metrôs, R$ 31 bilhões em trens, até R$ 105 bilhões em veículos leves sobre trilhos (VLTs), até R$ 80 bilhões em bus rapid transit (BRTs) e R$ 3,4 bilhões em corredores exclusivos de ônibus. Segundo o ministério, a aplicação dessas propostas ainda depende do modelo de financiamento utilizado.
“Os projetos selecionados mostram que o Brasil está buscando se adaptar às mudanças do clima, com ações que unem sustentabilidade, mobilidade e inclusão social”, afirma o ministro das Cidades, Jader Filho. O estudo considera as regiões metropolitanas de Belém, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Distrito Federal, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Luís, São Paulo, Teresina e Vitória.
“Com o estudo, o BNDES contribui com a produção de uma política pública para a formulação de uma estratégia nacional de mobilidade urbana, de longo prazo e sustentável, unindo esforços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e brasileiras, com um transporte mais eficaz, menos poluidor e mais seguro”, destaca o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

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