COP30

Belém tem 90% das obras concluídas e queda de 30% nos preços das diárias

A 40 dias da conferência, o governo estadual conclui obras de drenagem, enquanto o presidente Lula cumpre agenda de inaugurações e visitas à capital paraense

Belém (PA) — A 40 dias da Conferência do Clima (COP30), Belém começa a viver a reta final de preparação para receber o maior evento ambiental do planeta. Além da queda média de 30% nos preços de hotéis e pousadas, o governo estadual informa que 90% das obras de infraestrutura previstas já estão concluídas, incluindo melhorias em drenagem, saneamento e mobilidade urbana.

Segundo o diretor de projetos da Secretaria Especial da COP30, Olmo Borges Xavier, os preços das hospedagens seguem a tendência de acomodação. “Esse é um dado significativo. Foi o que vimos nas Olimpíadas de Paris, os preços eram altíssimos meses antes e caíram conforme o evento se aproximava. No começo, quem reservou em janeiro pagou mais caro, mas a tendência é de estabilização na reta final”, afirmou.

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (2/10), dirigentes apresentaram um balanço das obras em Belém e divulgaram detalhes da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na capital paraense.

A programação do petista inclui visita às instalações da Estação de Tratamento de Esgoto Una, no bairro do Telégrafo, e participação na Cerimônia de Anúncios de Investimentos em Drenagem e na inauguração do Parque Linear da Nova Doca. Na sexta-feira (3), o presidente acompanha as obras de macrodrenagem e urbanização do Canal da União, e, às 11h, vistoria o Porto Futuro II, complexo cultural e de lazer em fase final de construção. A agenda também prevê um percurso pelo Museu das Amazônias.

O secretário de Infraestrutura e Logística do Pará, Adler Silveira, informou que o balanço das obras inclui a requalificação de ruas, melhorias no sistema de saneamento e a construção do Parque da Cidade, que será um dos principais espaços da programação oficial.

Apesar do relatório oficial, boa parte da cidade ainda está cercada por tapumes. Moradores relatam a impressão de que certos projetos perderam fôlego, alimentando questionamentos sobre a capacidade do governo de concluir todas as intervenções antes do evento.

Silveira afirmou que a maior parte das obras será entregue dentro do prazo, mas algumas obras complementares podem se estender além da conferência. “Temos 90% das obras já prontas e dentro do cronograma, como a requalificação de ruas, o Parque da Cidade e melhorias de saneamento. É natural, em um evento dessa dimensão, que alguns projetos mais estruturantes fiquem para depois da COP, mas o essencial para receber a conferência estará concluído”, disse.

Como parte do esforço para reduzir alagamentos e melhorar a infraestrutura urbana de Belém, a cidade passa por intervenções em canais de microdrenagem, com um total de 14 obras. Dois desses canais são financiados pela Itaipu Binacional, enquanto os outros 12 são realizados em parceria com o BNDES.

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Um dos destaques é o Parque Linear da Nova Doca, que será inaugurado nesta quinta. “A obra da Nova Doca representa um marco de requalificação urbana para Belém. É um espaço que vai unir lazer, mobilidade e drenagem, mostrando como é possível integrar infraestrutura com qualidade de vida para a população. Esse é o tipo de legado que queremos ajudar a deixar para a cidade”, afirmou Carlos Carboni, diretor de coordenação da usina.

Logística e trânsito 

Além da hospedagem, a logística da cidade tem sido foco de ajustes. O trânsito durante a conferência deverá ser amenizado pela coincidência com o período de férias escolares e pela adoção de regimes de trabalho remoto em órgãos públicos. “Estamos tomando medidas para que a cidade não pare. A estratégia inclui escalas diferenciadas e uso de tecnologia de monitoramento em tempo real”, explicou o secretário de Infraestrutura.

Adler Silveira ressaltou que Belém já acumula experiência na organização de grandes eventos, citando o Círio de Nazaré, que todos os anos reúne cerca de 1,5 milhão de pessoas na capital paraense.

O diretor de projeto da COP30 destacou que sediar um evento da dimensão da COP não é um desafio exclusivo de Belém. “A Conferência é complexa para qualquer cidade do mundo. Foi assim em Dubai, na COP28, onde a logística de hospedagem e transporte também exigiu grandes esforços. Em Belém, não é diferente. Temos nossas dificuldades, mas estamos trabalhando para garantir que tudo funcione de forma adequada”, ressaltou Xavier.

Ele também enfatizou o legado deixado para a cidade ao receber o maior evento climático do planeta. “Mais do que sediar a conferência, queremos deixar benefícios duradouros para os nove milhões de pessoas que vivem na Amazônia. O desafio é transformar qualidade de vida em desenvolvimento sustentável.”

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