Afundados em um rombo bilionário e com dificuldade para manter as operações, os Correios anunciaram, em coletiva nesta quarta-feira (15/10), um plano de reestruturação que inclui a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões. A medida, segundo o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, é uma tentativa de evitar o colapso financeiro da empresa e garantir fôlego até 2027, quando a projeção é voltar a registrar lucro.
O pacote prevê novo programa de demissão voluntária, venda de imóveis ociosos, renegociação de contratos e busca por novas fontes de receita. Rondon afirmou que o crédito, com garantia do Tesouro Nacional, servirá como “ponte” para o equilíbrio das contas e a normalização dos pagamentos a fornecedores. “Precisamos estabilizar o caixa, manter o fluxo de operações e criar as condições para um ciclo sustentável de resultados”, disse.
A operação ainda depende de aval do conselho de administração e da Secretaria do Tesouro Nacional. Os recursos deverão ser captados junto a bancos públicos e privados e também serão usados para quitar o empréstimo de R$ 1,8 bilhão tomado no primeiro semestre. A estatal estima que, apenas com o último PDV, o desligamento de 3,5 mil funcionários trará economia anual de R$ 750 milhões a partir de 2026.
Durante a coletiva, Rondon destacou que os Correios enfrentam queda de receita e perda de competitividade desde a pandemia, agravadas pelo avanço das plataformas privadas de entrega. “A empresa não conseguiu se adaptar com rapidez ao novo ambiente, e isso afetou a geração de caixa e a operação”, afirmou. No primeiro semestre de 2025, o prejuízo somou R$ 4,37 bilhões.
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O plano de reestruturação inclui ações para diversificar serviços, firmar parcerias e revisar contratos. O presidente defendeu que as medidas são essenciais para garantir a sobrevivência da estatal. “O objetivo é construir uma empresa eficiente, capaz de competir no mercado e manter o serviço postal universal no país”, concluiu.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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