
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) projeta para dezembro uma combinação de maior demanda e chuvas abaixo da média em todo o país. As estimativas, divulgadas nesta sexta-feira (28/11), indicam que a carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) deve alcançar 82.225 MW médios, alta de 2,8% em relação ao mesmo mês de 2024.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
O avanço da carga reflete temperaturas mais altas, maior consumo residencial e o ritmo tradicionalmente mais intenso de indústria, comércio e serviços na reta final do ano. As projeções, no entanto, mantêm o sinal de alerta para o início do período úmido, etapa crucial para a recomposição dos reservatórios e para definir o grau de segurança hídrica em 2026.
No campo hidrológico, o cenário é menos favorável. As afluências projetadas pelo ONS ficam abaixo da Média de Longo Termo (MLT) em todos os subsistemas: 81% no Sudeste/Centro-Oeste, 62% no Sul, 51% no Nordeste e 75% no Norte.
A falta de regularidade nas primeiras chuvas frustra a expectativa de uma recomposição mais rápida dos reservatórios, especialmente no Sudeste/Centro-Oeste, que concentra a principal capacidade de armazenamento do sistema.
Apesar das chuvas abaixo da média, o ONS espera que o Sudeste/Centro-Oeste feche dezembro com 45,7% de armazenamento, avanço sobre os atuais 41,9%. Essa recomposição gradual é sustentada por um despacho térmico mais criterioso, o aproveitamento das afluências regionais e intercâmbios de energia entre subsistemas.
O ONS reforça que as próximas semanas serão fundamentais. Se o ritmo das chuvas continuar aquém do esperado, a entrada no período seco de 2026 pode ocorrer com margem mais estreita.
Para os agentes do setor, o balanço divulgado reacende preocupações conhecidas, desde a recuperação mais lenta dos reservatórios até o risco de pressão sobre o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) com eventual reforço térmico. A avaliação é que dezembro será um termômetro para o próximo ano, ano que deve mesclar expansão renovável, avanço da geração distribuída e um clima cada vez mais imprevisível.

Economia
Economia
Economia
Economia
Economia
Economia