Medalhas

Brasil bate recorde de medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020

Delegação brasileira chega à 20ª medalha nas Olimpíadas de Tóquio, ultrapassando a marca da Rio-2019 em que o país subiu ao pódio 19 vezes

Maíra Nunes
postado em 06/08/2021 10:37 / atualizado em 06/08/2021 12:18
Rebeca Andrade conquistou duas medalhas na ginástica artística: uma de oura e outra de prata -  (crédito: LOIC VENANCE / AFP)
Rebeca Andrade conquistou duas medalhas na ginástica artística: uma de oura e outra de prata - (crédito: LOIC VENANCE / AFP)

O Brasil supera a melhor campanha olímpica do país nos Jogos Olímpicos de Tóquio, após a classificação da Seleção feminina de vôlei para a final, na manhã desta sexta-feira (6/8), a delegação verde-amarela garantiu a 20ª medalha olímpica, superando as 19 conquistadas nos Jogos do Rio-2016.

Por ter sediado os Jogos da Rio-2016, o Brasil teve direito a muitas vagas olímpicas de forma automática, sendo representado por 465 participantes. Cinco anos depois, a delegação do Brasil levou 302 competidores para o Japão, o maior número do país em Olimpíadas no exterior.

Os primeiros Jogos Olímpicos sediados em solo brasileiro marcaram o período de maior investimento esportivo do país. Assim como ocorreu com outros anfitriões do maior evento esportivo do mundo, o Brasil continua colhendo os frutos no ciclo olímpico seguinte. Diretor do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Rogério Sampaio creditou a alta quantidade de atletas aos investimentos feitos no Brasil em razão das Olimpíadas de 2016.

Outro fator que deu uma ajudinha considerável para o recorde da presença de brasileiros no pódio dos Jogos Olímpicos de Tóquio foram as modalidades estreantes, que renderam quatro medalhistas para o Brasil. Foram três medalhas de prata no skate, com Kelvin Hoefler, Rayssa Leal e Pedro Barros, e um ouro no surfe, com Ítalo Ferreira.

No Japão, o brasil efetivou 16 medalhas, até o momento. Mas já tem outras quatro garantidas, restando apenas definir a cor. Bia Ferreira e Hebert Sousa disputam a final no boxe, a Seleção masculina de futebol buscará o bicampeonato olímpico contra a Espanha e a equipe feminina de vôlei enfrentará Estados Unidos x Sérvia pelo terceiro ouro nas Olimpíadas. E ainda tem margem para ampliar a conta, com Isaquias Queiroz na canoagem e vôlei masculino na disputa do bronze.

 

Brasil nos Jogos da Rio-2016: 7 ouros, 6 pratas e 6 bronzes = 19 no total.

Brasil nos Jogos de Tóquio-2020: 4 ouros, 4 pratas e 8 bronzes = 16 efetivados + 4 finais


Ítalo Ferreira - ouro no surfe

Da Baía Formosa para o mundo. O potiguar chegou em Tóquio como atual campeão mundial de surfe e despediu-se da capital japonesa como o primeiro campeão olímpico da modalidade, que estreou nesta edição dos Jogos. Na final, o brasileiro viveu momentos de tensão, porque a prancha dele quebrou ao pegar uma onda no início da bateria. Mas deu tempo de Ítalo pegar outra e correr atrás do prejuízo para vencer o japonês Kanoa Igarashi, que havia avançado nas semifinais sobre Gabriel Medina, em decisão polêmica dos juízes.

 

Rebeca Andrade - ouro na ginástica artística

Depois de fazer o país se emocionar com a medalha de prata conquistada no individual geral, Rebeca repetiu a dose ao sagrar-se campeã olímpica no salto sobre a mesa, com nota média de 15.083 pontos, nos Jogos de Tóquio-2020. O pódio foi completado com a americana Mykayla Skinner, com a prata, e a sul-coreana Seojeong Yeo, com o bronze. Com o feito duplo, a ginasta de Guarulhos (SP) tornou-se a primeira brasileira a ganhar duas medalhas em uma mesma edição olímpica.

 

Martine Grael e Kahena Kunze - ouro na vela (49er FX)

Nem elas mesmas pareciam acreditar. São duas participações em Jogos Olímpicos e dois ouros na classe 49er FX da vela. Martine e Kahena chegaram na medal race dos jogos de Tóquio dependendo apenas de si para tornarem-se bicampeãs olímpicas A dupla de velejadoras de 30 anos do Brasil terminou na terceira colocação, com larga vantagem sobre as adversárias diretas, somando 76 pontos, seguidas pelas alemãs Tina Lutz e Susann Beucke, com 83, e pelas holandesas Annemiek Bekkering e Annete Duetz, com 88.

 

Ana Marcela Cunha - ouro na maratona aquática

A baiana tem um arsenal tão grande de títulos na carreira que aos 19 anos já é um dos principais nomes da história da maratona aquática. Mas faltava uma medalha em olimpíadas. E não podia ter cor melhor. Na terceira participação dela no evento, Ana Marcela completou a prova de 10km com um corpo na frente, batendo na placa da linha de chegada em prmeiro lugar, com o tempo de 1hora59min30seg8. A prata ficou com a holandesa Sharonvan Rouwendaal e o bronze com a australiana Kareena Lee.

 

Rebeca Andrade - prata na ginástica artística

Aos 22 anos, Rebeca fez história ao conquistar a primeira medalha olímpica da ginástica feminina do Brasil. Embalada ao som de Baile de favela, ela ganhou a medalha de prata no individual geral, prova que engloba os quatro aparelhos (solo, trave, salto sobre o cavalo e barras paralelas). No centro de ginástica de Ariake, em Tóquio, a brasileira ficou atrás apenas da americana Sunisa Lee na disputa que não contou com Simone Biles, que desistiu de competir a final por causa de problemas relacionados à saúde menta.

 

Kelvin Hoefler - prata no skate street

O skate foi outra modalidade que estreou nos Jogos Olímpicos e conquistou os brasileiros. Aos 27 anos, Kelvin Hoefler esbanjou categoria nas manobras e tornou-se o primeiro medalhista do Brasil no skate. O paulista de Guarujá faturou a medalha de prata na categoria street nos Jogos de Tóquio-2020, ficando atrás apenas do japonês Yuto Horigomi. O americano Jagger Eaton completou o pódio.

 

Rayssa Leal - prata no skate street

O primeiro dia do skate nas Olimpíadas já havia agradado a torcida brasileira, que vibrou com a medalha de prata de Kelvin Hoefler. No dia seguinte, foi a vez de ser encantador com a Fadinha do skate. Com apenas 13 anos, a menina de Imperatriz, no Maranhão, tornou-se a mais jovem medalhista olímpica do Brasil. Rayssa Leal levou a prata no skate street, sendo superada apenas pela japonesa Momiji Nishiya, também de 13 anos.

Pedro Barros - prata no skate park

O maior nome do skate park do Brasil foi responsável pela terceira medalha na modalidade do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Aos 26 anos, o catarinense de Florianópolis ganhou a medalha de prata, com 86,14 pontos. O ouro ficou com o australiano Keegan Palmer, com 95,83 pontos, e o bronze com o norte-americano Cory Juneau, com 84,13.


Daniel Cargnin, bronze no judô

O gaúcho de Porto Alegre foi responsável pela segunda medalha do Brasil nos Jogos de Tóquio. Aos 23 anos, ele levou o bronze no peso meio-leve (até 66kg), conquistando a 23ª medalha do judô brasileiro em Olimpíadas. Na campanha, o atleta da Sogipa passou pelo italiano Manuel Lombardo, o número 1 do mundo da categoria, mas perdeu para o japonês Hifumi Abe, que terminou com o ouro. Na disputa pelo bronze, Daniel Cargnin venceu o israelense Baruch Shmailov com um waza-ari e garantiu um lugar no pódio.

 

Mayra Aguiar, bronze no judô

A gaúcha de 29 ano, chegou em Tóquio após um combo de incertezas, com lesões e a sétima cirurgia da carreira. Mas deixou a capital japonesa como a primeira mulher do Brasil a conquistar três medalhas olímpicas em modalidades individuais. Em Tóquio, Mayra repetiu os bronzes dos Jogos de Londres-2012 e do Rio-2012. Na campanha, a brasileira venceu a israelense Inbar Lanir nas oitavas de final, mas perdeu na sequência para a alemã Anna-Maria Wagner, atual campeã mundial. Na repescagem, passou pela russa Aleksandra Babintseva e garantiu a medalha sobre a sul-coreana Hyunji Yoon.

 

Laura Pigossi e Luisa Stefani - bronze no tênis de duplas

As duas foram confirmadas nas Olimpíadas apenas uma semana antes do início do evento, após uma realocação feita pela federação internacional da modalidade. Ainda assim, a dupla paulistana levou a primeira medalha olímpica do tênis brasileiro. Laura e Luisa começaram bem no torneio, mas perderem para a dupla da Suíça na semifinal. Na briga pelo bronze, conseguiram uma virada histórica sobre as russas Veronika Kudermetova e Elena Vesnina. As brasileiras salvaram quatro match points e venceram, por 2 sets a 1.

 

Fernando Scheffer - bronze na natação

Na sua primeira participação olímpica, o gaúcho de 23 anos nadou a final dos 200m livres na raia 8, no Centro Aquático de Tóquio, mas surpreendeu ao terminar na terceira colocação, com o tempo de 1min44s66, estabelecendo o recorde sul-americano. Tom Dean e Duncan Scott completaram o pódio nos Jogos Olímpicos.

 

Bruno Fratus - bronze na natação

"Finalmente, finalista olímpico", foi assim que Bruno Fratus comemorou a conquista do bronze nos 50m livre da natação nos Jogos de Tóquio na terceira participação na final da prova olímpica. Na edição de Pondres-2012, o brasileiro terminou na quarta colocação e na Rio-2016, ficou com o sexto lugar. Com 32 anos, o velocista que mais vezes nadou abaixo de 22 segundos no mundo, terminou a prova na capital japonesa com o terceiro melhor tempo (21s55), atrás do norte-americano Caeleb Dressel e do francês Florent Manadou.

 

Alison dos Santos, o “Piu” - bronze nos 400 metros com barreiras

Com 21 anos e 2,00m de altura, Alison dos Santos torunou-se o primeiro medalhista olímpico do Brasil na prova de 400 metros rasos com barreira. O Piu, como é chamado, terminou na terceira colocação com 46seg72, batendo recorde sul-americano, em uma final estremamente forte. O norueguês Karsten Warholm levou o ouro e ainda estbeleceu o novo recorde mundial, com 45seg94. O americano Rai Benjamin ficou com a prata.

 

Thiago Braz - bronze no salto com vara

Campeão olímpico na Rio-2016, o paulista de 27 anos voltou a subir no pódio em Tóquio. O brasileiro chegou ao salto de 5m87cm e ficou em terceiro lugar. A prata ficou com o norte-americano Christopher Nilsen, com 5m97cm. E o ouro terminou com o favorito Armand Duplantis, que nasceu nos Estados Unidos e compete pela Suécia, com a marca de 6,02 metros. Mas o recorde olímpico de 6,03 metros permaneceu com Thiago Braz, estabelecido na edição olímpica anterior em solo brasileiro.

 

Abner Teixeira - bronze no boxe

De Osasco, o pugilista chegou nos Jogos Olímpicos de Tóquio confiante em conquistar uma medalha para um dia realizar o sonho de comprar uma casa para a mãe. No peso pesado, o brasileiro venceu o britânico Cheavon Clarke nas oitavas de final. Depois, passou pelo Hussein Ishaish, da Jordânia, nas quartas, garantindo a sonhada medalha olímpica. Na semifinal, Abner perdeu para o cubano Julio César de la Cruz, terminando com o bronze, porque não há disputa de terceiro lugar no boxe.

 

Beatriz Ferreira - ouro ou prata no boxe

A baiana subiu no ringue como grande favorita do peso leve. Campeã mundial e Pan-Americana em 2019, Bia Ferreira confirmou a expectativa ao garantir uma medalha olímpica. Na campanha, a brasileira superou Wu Shih-yi, de Taiwan, nas oitavas de final e, na sequência, eliminou a uzbeque Raykhona Kodirova. Todos os triunfos da pugilista até aqui foram convincentes e por unanimidade dos árbitros. Na semifinal, venceu a finlandesa Johanna Potkonen.

 

Hebert Sousa - ouro ou prata no boxe - 3h18

Também da Bahia, o pugilista do peso médio é dono de uma medalha de bronze no Campeonato Mundial de Boxe Amador de 2019, em Ecaterimburgo, resultado que garantiu a vaga olímpica. Em Tóquio, Hebert venceu por decisão dividia (3 votos a 2) sobre o chinês Erbieke Tuoheta e o cazaque Abilkhan Amankul. Na semifinal, venceu o Gleb Bakshi, do Comitê Olímpico Russo (ROC).

 

Futebol masculino - ouro ou prata

A Seleção Brasileira masculina d efutebol chegou à final dos Jogos Olímpicos de Tóquio de forma invicta. Foram três vitórias e dois empate. Mas isso não significa que a trajetória não teve emoção. O elenco comandado por André Jardine avaçou como primeiro do Grupo D. Depois, venceu o Egito, por 1 x 0, passou pelo México na decisão nos pênaltis por 4 x 1, após empate sem gols no tempo normal.

 

Vôlei feminino - ouro ou prata


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