JUDÔ

Judô de Brasília luta para continuar exportando atletas profissionais

Presidente da Federação Metropolitana de Judô fala sobre o processo de reestruturação que vem enfrentando e a importância dos projetos sociais para o judô de alto rendimento e para sociedade em geral

Cecília Sóter
postado em 11/04/2022 16:15 / atualizado em 11/04/2022 16:30
Luiz Gonzaga explica que atualmente a federação se sustenta apenas com as pequenas arrecadações -  (crédito: Samuel Calado)
Luiz Gonzaga explica que atualmente a federação se sustenta apenas com as pequenas arrecadações - (crédito: Samuel Calado)

O presidente da Federação Metropolitana de Judô de Brasília (Femeju), Luiz Gonzaga Filho — kodansha 8º grau (a graduação dentro do judô) —, afirmou em entrevista ao Correio que o judô da capital está em um processo de reestruturação após crise na gestão anterior.

Luciano Corrêa, Ketleyn Quadros, José Mário Tranquillini, Erika Miranda. Esses são alguns dos judocas de Brasília que fizeram nome no esporte nacional. Berço de atletas de alto rendimento, o judô da capital luta para continuar exportando talentos.

“Nós somos uns heróis. A fênix que saiu das cinzas e hoje nós estamos voando bem porque estamos olhando com seriedade e responsabilidade. Isso tem feito com que o pouco que nós arrecadamos, vem se tornado muito para os feitos que estamos realizando”, se orgulha o presidente.

Luiz Gonzaga explica que atualmente a federação se sustenta com as pequenas arrecadações como taxa de inscrição dos campeonatos estaduais, anuidades de atletas e academias, e curso de formação de novos faixa-pretas.

Em relação à ajuda do Governo, o presidente da Femeju explica que o auxílio, na verdade, é feito diretamente aos atletas através dos programas Compete Brasília e Bolsa Atleta. “Se hoje temos atletas competindo em disputas internacionais, é graça ao Compete Brasília. Mas nós não ganhamos a ajuda, ela vai diretamente para o atleta”, explica.

“E os demais custos são bancados pelo próprio atleta”, completa, revelando o problema da falta de patrocínios. “O DF não tem grandes indústrias. Nós buscamos ajuda de bancos, mas não conseguimos. Ficamos tristes porque eles patrocinam clubes de fora daqui, mas não patrocinam nenhuma das nossas criança”, pontuou.

O judoca conta que muitos desses grandes atletas saíram de projetos sociais e considera uma porta de entrada para o alto rendimento. Ele salienta a importância desses projetos, não só para o esporte, mas também para a sociedade como um todo. “Apesar das pessoas considerarem o judô um esporte de elite, são dos projetos sociais que saem a maioria dos grandes atletas. Eles vivem de doações de quimono, com passagem [de ônibus]. Tem criança que treina de moletom porque não consegue comprar um quimono”, conta.

E completa: “Mas o objetivo principal dos projetos é de tirar as crianças das periferias da rua. O judô é um esporte que trabalha disciplina, obediência e respeito. Então os projetos tiram as crianças da rua e devolvem verdadeiros cidadãos de bem.”

Luiz Gonzaga explica que a federação ajuda os projetos sociais como pode. Não cobrando as taxas das competições, nem as anuidades dos atletas e das academias que têm esse fim. “Facilitamos o máximo que a gente pode”.

Quem tiver interesse de ajudar os projetos sociais de judô em Brasília, pode entrar em contato com a Femeju. A sede da federação fica localizada no Ginásio de Múltiplas Funções (QROA, Fundos do Conjunto F, Candangolândia) e funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h. O telefone para contato é o 3202-0033.

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