Calendário apertado

Técnico do Corinthians feminino critica calendário e denuncia censura da FPF

O treinador afirmou que o jogo marcado contra o Palmeiras, em meio a uma final do Campeonato Brasileiro, foi uma "palhaçada" por parte da FPF

Agência Estado
postado em 22/09/2022 16:57 / atualizado em 22/09/2022 16:58
Arthur Elias, técnico da equipe feminina do Corinthians, em entrevista antes da partida entre Corinthians e Palmeiras. -  (crédito: Reprodução/Instagram/@arthureliastreinador)
Arthur Elias, técnico da equipe feminina do Corinthians, em entrevista antes da partida entre Corinthians e Palmeiras. - (crédito: Reprodução/Instagram/@arthureliastreinador)

Arthur Elias, técnico multicampeão pelo time feminino do Corinthians, criticou a Federação Paulista de Futebol (FPF) e o calendário do Campeonato Paulista, antes de derrota para o Palmeiras, por 2 a 0 nesta quinta-feira. Questionado sobre ainda não ter vencido um clássico na competição deste ano, o treinador teceu comentários sobre a data dos jogos marcados pela Federação.

O treinador afirmou que o jogo marcado contra o Palmeiras, marcado em meio a uma final do Campeonato Brasileiro - o Corinthians enfrenta o Internacional neste sábado pela partida de volta da decisão -, foi uma "palhaçada" por parte da FPF. "A gente sempre joga para vencer todos os nossos jogos. Nos últimos 14 campeonato que disputamos, foram 13 finais e 11 títulos. Mas nós precisamos dividir o foco. A FPF fez uma palhaçada com o Corinthians, que sempre valoriza o futebol feminino", afirmou.

Para a partida desta quarta-feira, Arthur Elias mandou a campo uma equipe alternativa, com atletas reservas e das categorias de base do clube. "Colocaram três clássicos no meio do mata-mata do Campeonato Brasileiro, sendo que o Campeonato Paulista tem 15 rodadas e poderia ter sido distribuído de uma forma muito melhor. Para mim, isso tem que ser revisto. A gente já falou muitas vezes, não é de hoje", pontuou.

As falas e críticas do treinador, para a transmissão oficial da FPF, não foram ao ar. Após o final da partida, Arthur Elias foi às redes sociais reclamar de censura. "Conforme já noticiado por alguns veículos de comunicação, hoje antes do jogo dei entrevista para TV da Federação Paulista a pedido da mesma e não foi ao ar. Decepcionante. Apenas respondi a pergunta da repórter e dei a minha opinião. Aliás, uma crítica construtiva sobre um assunto que obviamente precisa ser refletido pela Federação".

"Dediquei muitos anos da minha vida ao futebol feminino e ser censurado foi lamentável", continuou. Durante a própria entrevista, o técnico afirmou que, caso a FPF não proponha mudanças para a próxima temporada, o Corinthians irá disputar a competição com atletas da base. "Sempre me coloquei a disposição para propor ideias para o desenvolvimento do futebol, especialmente das mulheres. Mas a pessoa que tomou a decisão de me censurar não tem esse direito. Ninguém escolhe o que eu vou responder".

Em 2022, a Federação Paulista anunciou o prêmio inédito de R$ 1 milhão à equipe vencedora. Para Arthur, essa quantia não justifica o descaso com os clubes e no manejo das datas para as partidas. "Com tantas datas disponíveis ao longo do ano, a Federação pode evitar esses conflitos que atrapalham os clubes de SP no Campeonato Brasileiro", disse.

"Não vou mais falar sobre este assunto (da censura) nos próximos dias. Meu foco agora está totalmente na final do Campeonato Brasileiro, no próximo sábado, onde mais uma vez vou tentar ajudar esse grupo de atletas fantásticas que eu treino e este clube gigante com a maior torcida do Brasil que é o Corinthians", concluiu.

Após empate em 1 a 1 no Beira-Rio, o Corinthians recebe o Internacional na Neo Química Arena. Apenas a vitória garante o título no tempo regulamentar para qualquer uma das equipes - um novo empate leva a disputa às penalidades máximas. Nesta quarta-feira, o clube paulista anunciou em suas redes sociais que mais de 39 mil ingressos já haviam sido vendidos - será o maior público da história do futebol feminino no País, superando a partida de ida da final deste ano, com pouco mais de 36 mil espectadores.

Procurada pelo Estadão, a FPF disse que não tem um posicionamento neste momento. Caso a entidade se manifeste, o texto será atualizado.

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