Copa do Mundo

Holanda sofre, mas vence Senegal por 2 x 0 em sua estreia da Copa

Ação sólida na defesa foi correspondida pelo solitário gol na etapa final diante de uma incômoda seleção senegalesa

Paulo Martins*
postado em 21/11/2022 15:11 / atualizado em 21/11/2022 15:39
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

A ausência de Sadio Mané não foi pretexto para uma suposta competitividade menor da seleção de Senegal na estreia da Copa do Mundo Qatar-2022. Os africanos até competiram em alto nível, mas caíram por 2 x 0 para a Holanda, na tarde desta segunda-feira (21/11), noite no estádio catari de Al-Thumama, sede do jogo.

Pouco presentes no campo de ataque, a ideia da Laranja Mecânica se pautou pela resistência defensiva diante de um Senegal forte no aspecto físico e dominante no meio de campo. Entretanto, o ritmo e a resiliência do selecionado dos Países Baixos, sem cessar nos 100 minutos disputados, foi a fórmula prática para o triunfo na partida inicial.

O saldo criado neste confronto faz os europeus empatarem com o Equador na liderança do Grupo A. Ambos os ponteiros serão rivais nesta sexta-feira (25/11), às 13h, no Estádio Internacional Khalifa, ao sul de Doha. Enquanto isso, os senegaleses terão duelo contra a equipe da casa, no mesmo local, às 10h do mesmo dia.


O jogo

A parte inicial mostrou disponibilidade de ataque por parte dos Leões de Teranga, com bolas cruzadas e finalizações de fora da área nos minutos iniciais. A falta de ciência dos holandeses sobre a atitude primeira dos rivais fez de seu jogo mais passivo e estudioso, com o desenho tático aplicado, a princípio, para um leve domínio dos africanos. Mesmo as saídas esporádicas dos europeus se davam através de contra-ataques pouco eficientes e em uma postura de muro, em linha defensiva de cinco atletas em sua retaguarda.

Um pouco mais situados no jogo, os comandados de Louis van Gaal encontravam suas alternativas de construção pensadas no campo rival, mas encontrando boa resistência na consistente defensiva senegalesa. Entretanto, as investidas de lado a lado não eram expressamente claras e convertidas em finalizações perigosas, com algumas chances perdidas e o marcador em branco na metade da etapa inicial.

Os neerlandeses ganhavam território ao trabalhar inteligentemente a bola, inclusive desperdiçando uma oportunidade em bola parada, aos 21. Três minutos depois, Ismaila Sarr teve a mais clara do jogo até o momento, cortando para dentro e batendo à meta, sendo impedido pela cabeça de Virgil van Dijk.

Aos 28, Dia não aproveitou trapalhada da zaga rival, ao finalizar travado: na investida seguinte dos alaranjados, um passe equivocado em uma inversão ofensiva da esquerda para a direita, mostrando superioridade de Senegal em todo o campo. A bola aérea, preocupação dos Leões, era a arma principal dos holandeses na partida, nas poucas chegadas: o meia Cody Gakpo cruzou, pelo menos, quatro bolas na área adversária em 35 minutos.

Sem ideias diferentes até o tempo regulamentar, o duelo foi para o intervalo com o marcador em branco. Para o segundo tempo, a preocupação dos técnicos aumentava à medida em que o empate persistia. A Laranja Mecânica tratava de investir em bolas paradas, levando perigo aos sete minutos em cabeçada de van Dijk.

Aliou Cissé, além de não conseguir invadir a defensiva neerlandesa, pisando pouco a área adversária, teve problemas com seus atletas. Abdou Diallo e Cheikhou Kouyaté precisaram ser substituídos com dores durante a parte final do compromisso. Ainda assim, seu selecionado atacou em duas vezes de forma perigosa, exigindo o esforço do goleiro Andries Noppert: aos 12 com Krepin Diatta, em chute cruzado, e aos 27 com Gana Gueye, de fora da área.

Com o jogo mais frio ao longo da metade derradeira, as formações pouco a pouco pareciam conformes com o resultado, com sensação de dívida holandesa. Entretanto, em jogada trabalhada rara dos neerlandeses, mais uma vez pela bola aérea, servida por Frenkie de Jong, vindo da esquerda, Gakpo subiu para cabecear antes de Mendy e dar um toque fatal aos 38, abrindo o placar.

A reação dos Leões de Teranga veio de imediato, com chute de Papa Gueye, mais uma vez interrompido por Noppert. Assim como Raphael Claus fizera nos dois tempos de seu jogo (Inglaterra 6 x 2 Irã, disputado às 10h do mesmo dia), Wilton Pereira Sampaio também não foi econômico nos acréscimos, agregando oito minutos ao jogo, após os 45. Mesmo com tamanho alargue, Senegal não conseguiu o empate e Klaassen ainda conseguiu ampliar no instante final, com Davy Klaassen aproveitando rebote fácil do goleiro rival.


Ficha técnica:

Senegal 0

Edouard Mendy; Sabaly, Koulibaly, Cissé e Abdou Diallo (Jakobs); Kouyaté (Papa Gueye), Gana Gueye e Nampalys Mendy; Diatta (Jackson), Boulaye Dia (Bamba Dieng) e Ismaila Sarr

Técnico: Aliou Cissé


Holanda 2

Noppert; Dumfries, Aké, De Ligt, Van Dijk e Blind; Berghuis (Koopmeiners), Frenkie de Jong e Gakpo (de Roon); Janssen (Depay) e Bergwijn (Klaassen)

Técnico: Louis van Gaal


Gols: Gakpo, aos 38 minutos do 2º tempo, e Klaassen, aos 53 minutos do 2º tempo

Cartões amarelos: Nampalys Mendy e Gana Gueye (Senegal); De Ligt (Holanda)

Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio

* Estagiário sob supervisão de Danilo Queiroz

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação