A Juventus, em crise de resultados nas quatro linhas e na mira da justiça, põe fim à era Andrea Agnelli, seu presidente demissionário, com a aprovação de contas no vermelho na próxima terça-feira (27), poucas semanas antes de formar o seu novo conselho de diretores.
O clube italiano vai validar algumas contas com déficit pelo quinto ano consecutivo e, pela segunda vez, ultrapassando os 200 milhões de euros em prejuízos: 239,3 milhões na temporada 2021/22, após 226,8 milhões no ano anterior.
Andrea Agnelli renunciou em 28 de novembro junto ao restante da diretoria, sob a pressão de uma investigação por supostas irregularidades contábeis.
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Três dias depois, o Ministério Público de Turim solicitou seu julgamento e o de outros 11 ex-dirigentes por supostas violações das finanças do clube.
A instituição é suspeita de ter manipulado o mercado ao divulgar informações financeiras tendenciosas e de ter produzido faturas de transferências inexistentes no período entre 2018 e 2021.
O futuro presidente, por sua vez, será escolhido no dia 18 de janeiro por meio de uma assembleia geral de acionistas e deverá assumir a difícil tarefa de reformular o clube.
A holding da família Agnelli, a Exor, tem como principal candidato o contador Gianluca Ferrero, de 59 anos.
A nova gestão terá a missão de recuperar as finanças, mas também os resultados dentro de campo, depois de um início de temporada discreto.
Fim da era Agnelli
O ano de 2023, que marcará o 100º aniversário do família Agnelli no comando da equipe 'bianconera', no entanto, está longe de ser festivo devido aos escândalos envolvendo a direção do clube, como a participação no 'calciopoli', esquema de manipulação de resultados no Campeonato Italiano durante a temporada 2004/05, que resultou no rebaixamento da Juventus à segunda divisão no ano seguinte.
Além de investigação judicial de suas contas, a 'Velha Senhora' também está na mira do mercado de ações italiano, da Federação Italiana de Futebol e da Uefa.
Em conflito aberto com a entidade europeia em relação à participação na Superliga, a equipe está em um plano de recuperação que visa voltar a cumprir as regras financeiras da Uefa.
Todavia, as contas seguem em discordância com o esperado. O clube mais vitorioso do futebol italiano com 36 títulos vai aprovar perdas de quase 240 milhões de euros, valor ligeiramente corrigido face ao déficit de 254 milhões de euros anunciado em setembro. Esta revisão tem em conta as observações das autoridades financeiras e implica, em contrapartida, um aumento das perdas do ano anterior (226 milhões de euros em vez de 209 milhões de euros).
Na temporada passada, a Juventus registrou uma queda de 8% nos negócios (para 443 milhões de euros), devido, principalmente, à diminuição das receitas televisivas e a uma reabertura parcial dos estádios após a pandemia.
O retorno de Pogba
A temporada 2021/22 foi a primeira sem títulos para a 'Velha Senhora', que desde 2011 vem confirmando o seu declínio após uma década dourada sob o comando de Agnelli, marcada especialmente pelos nove troféus conquistados (de 2012 a 2020), retrospecto nunca antes visto na Itália.
O atual técnico Massimiliano Allegri está confirmado em seu cargo, apesar da eliminação na fase de grupos da Liga dos Campeões, e conta com o retorno de uma das principais estrelas do time, Paul Pogba, operado no joelho em setembro. O francês deve voltar ao elenco em meados de janeiro.
Andrea Agnelli, que foi visto recentemente no centro de treinamento do clube à espera da nomeação formal de seu sucessor, afirmou à imprensa italiana que sua saída "não altera em nada os objetivos da equipe".
A Juventus atualmente ocupa a terceira posição do Campeonato Italiano, a 10 pontos da líder Napoli.
As duas equipes se enfrentam em 23 de janeiro, oportunidade de ver se os 'bianconeri' conseguem atrapalhar o atual domínio dos napolitanos.
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