O meio-campo Gustavo Scarpa pronunciou-se publicamente, pela primeira vez, sobre o prejuízo que sofreu de mais R$ 6,3 milhões ao investir em criptomoedas em uma empresa indicada pelo atacante Willian Bigode, do Fluminense. Os dois jogaram juntos no Palmeiras. O lateral Mayke, que também joga no alviverde paulista, também perdeu dinheiro ao aplicar em criptomoeda.
Em tom de ironia, Scarpa, atualmente defende o Nottingham Forest, da Inglaterra, rebateu uma das mensagens enviadas por Willian sobre a tentativa de reaver o dinheiro investido. "Scarpinha, agora não tem nem mais questão de confiança, irmão. A questão que agora é orar. Fazer o que eu sei. Agora é esperar no Senhor", disse Willian em um dos áudios enviados ao meio-campista. "Estou precisando orar mais. Realmente!", postou Scarpa, nesta segunda-feira (13/3).
Entenda o caso
A história de Gustavo Scarpa e Mayke com a Xland Holding Ltda. ganhou mais uma capítulo neste domingo (12/3). Após a informação de que os jogadores entraram na Justiça contra a empresa de criptomoedas por estelionato vir à tona na última semana, Gabriel de Souza Nascimento, um dos donos da empresa, afirmou pela primeira vez em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, também ser vítima do sumiço do dinheiro e deu sua versão da história.
Na conversa com a reportagem, Gabriel coloca a Xland Holding Ltda. como uma das vítimas do caso e explica que a perda do dinheiro investido pelos jogadores do Palmeiras, que totaliza R$ 10,8 milhões, se deu pelo fato de todas as operações da companhia serem realizadas através da FTX, empresa que faliu em novembro de 2022.
Por causa da falência, ainda de acordo com Gabriel, a Xland Holding Ltda. está se preparando para se reunir com as empresas que buscam ressarcimento por conta da perda que tiveram. De acordo com ele, o valor de perda supera os R$ 80 milhões.
Questionado pela reportagem se haveria algum documento ou outro tipo de prova que confirmasse as operações da Xland Holding Ltda na FTX, Gabriel de Souza Nascimento deixou claro que "sim", mas não apresentou nada em nenhum momento por enquanto.
Ainda na reportagem apresentada neste domingo, o Fantástico teve acesso a conversas de Gustavo Scarpa com Willian Bigode, ex-companheiro de clube que lhe apresentou a Xland Holding Ltda , e demais envolvidos no caso. Nos áudios, o jogador do Nottingham Forest, da Inglaterra, se mostra muito preocupado e até agoniado em alguns momentos com a situação e com a perda dos milhões de reais que foram investidos em criptomoedas através da Xland.
"Sempre via as pessoas burras que caíam em pirâmide, essas coisas de estelionatários. E me ver numa situação dessa, para mim, está sendo horrível. É meu patrimônio quase todo. Eu não posso correr esse risco de perder", diz Scarpa em um dos trechos da conversa.
Além de Scarpa, que esteve no Palmeiras até o fim de 2022, e Mayke, que ainda é jogador do clube paulista, a reportagem deste domingo da TV Globo informa que existem provas de que o goleiro Weverton, do Palmeiras e da seleção brasileira, também investiu valores através da Xland.
Apesar do contato da reportagem, o goleiro preferiu não se manifestar sobre o assunto. Contudo, Gabriel de Souza Nascimento confirmou que já existe um acordo entre a empresa e o goleiro do Palmeiras que ainda não foi pago.
Gabriel de Souza Nascimento informa que a empresa de Willian Bigode, citada no boletim de ocorrência de Scarpa e Mayke como responsável pela apresentação dos negócios da Xland para os dois, recebia uma comissão por cada cliente que a empresa de criptomoedas conseguisse fechar.
Segundo a reportagem do Fantástico, Willian Bigode disse em depoimento para a polícia na última semana que não teve nenhum tipo de ganho financeiro com a relação com a Xland. Além disso, a defesa do jogador que atualmente defende o Fluminense confirma que o atacante perdeu mais de R$ 17 milhões em investimentos com a negociação.
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