Futebol europeu

Nations League: Espanha bate por 2 x 1 a Itália e vai à final

Em jogo com diversos cenários, o time hispânico venceu pela persistência na pressão de jogo e agora encara a Croácia, na decisão, domingo (18/6), em Roterdã

Paulo Martins*
postado em 15/06/2023 17:38
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Uma parelha guerra de ideias definiu o segundo finalista da Liga das Nações da Uefa, nesta quinta-feira (15/6). A Espanha venceu a Itália por 2 x 1, no Estádio De Grolsch Verte, casa do Twente, em Enschede, na Holanda, alcançando a decisão da fase final do certame.

Em um jogo estudado, com diversos cenários durante os 90 minutos, o time de Luis de la Fuente superou a etapa mais pela persistência na pressão de jogo do que propriamente na variedade de repertório com a bola. Agora, a Fúria encara a Croácia pela decisão do certame: a partida acontece no Estádio De Kuip, em Roterdã, no domingo (18/6), a partir das 15h45.

O jogo

O duelo dava indícios de que qualquer desatenção poderia ser fatal, antes mesmo do precoce gol anotado por Yéremy Pino. Aos três minutos, os ítalos se confundiram na saída de bola, o meia a roubou de Leonardo Bonucci e tocou para as redes. A resposta dos campeões continentais foi a pressão para buscar o empate, sem abdicar do jogo físico, a exemplo dos rivais, desde os primeiros instantes.

Aos nove, foi a vez de um defensor da Fúria Roja falhar: Nicolò Zaniolo foi lançado na área e disparou ao arco e teve um desvio de mão de Robin Le Normand no meio do caminho. A penalidade foi imediatamente cobrada pelo árbitro Slavko Vincic e Ciro Immobile tirou do goleiro Unai Simón para igualar o marcador.

Após o gol, o panorama de pressão italiana seguiu, com os espanhóis criativos no contra-ataque, mas falhos no último passe. Logo, com a proposta de jogo, o time vermelho mostrou o mesmo repertório ao quebrar as exigentes linhas rivais com passes precisos, apresentando uma nova lógica para o segundo cenário do jogo, apesar de encontrar forte resistência na área de ataque, sem conseguir concluir bem à meta.

Com a vez no contragolpe, o time da Velha Bota quase virou a partida, aos 20. Leonardo Spinazzola encontrou bom passe para Davide Frattesi, no meio da defesa, e o meio-campista tocou para a rede, com o VAR conferindo um impedimento milimétrico em seguida. A resposta veio com 26, em teste de Álvaro Morata de fora da área, bem defendida por Gianluigi Donnarumma.

Nos 15 minutos finais, a Azzurra esteve à espreita quanto às tímidas investidas adversárias, com a tentativa da bola aérea sendo a tática da vez. A ofensividade em explosão funcionava, mas falhava antes da definição em claras chances com vantagem numérica, irritando o técnico Roberto Mancini.

O começo da etapa complementar teve uma Espanha com a mesma pressão do primeiro tempo: já aos três minutos, Mikel Merino apareceu em cruzamento e parou em reação rápida de Donnarumma, com Morata dominando o rebote na pequena área e desperdiçando de forma inacreditável. A Itália parecia satisfeita com a ideia de suportar tal força e viver na partida a partir de contra-ataques.

Aos seis, o goleiro italiano deu um soco estranho após cruzamento em cobrança de falta e Rodri arriscou um voleio, perdendo mais um gol, com a meta vazia. A diminuição na fluidez do jogo — sobretudo pela diminuição dos espaços pelos hispânicos, sem a bola — dificultou a saída dos azuis, além de tornar um confronto de atrito entre ataque e defesa.

Em uma tentativa de mudar os planos, aos 15, Mancini alterou peças, incluindo a saída do insatisfeito brasileiro naturalizado Jorginho, para a entrada de Bryan Cristante. Também mudou a proposta: atacar a saída de bola e empurrar os adversários para trás, na tentativa de conseguir campo e bola para jogar, algo que ainda não aconteceu na parcela inicial do confronto, depois do intervalo.

A ideia funcionou em quatro minutos, quando Frattesi recebeu um passe na área, contou com um escorregão de Aymeric Laporte e finalizou com força, parando em Unai Simón. O técnico italiano, à sua maneira, seguiu incrédulo com o enredo do jogo. A partida era claramente sensível a qualquer nova iniciativa entre os treinadores, precisando de apenas um mínimo ajuste para mudar o lado do domínio, sendo desta vez para os italianos.

Percebendo a mudança repentina, Luis de la Fuente também agiu de seu lado e deu mais cadência e posse ao jogo do time. Aos 35, chegou com perigo pela esquerda, na área, em lance onde Jordi Alba serviu Morata que, apertado pela marcação de Francesco Acerbi, voltou a perder um gol. Em seguida, foi o último a ser substituído, para a entrada de Joselu.

O último suplente foi justamente o herói improvável da noite europeia. Aproveitou os desvios da defesa vencida em chute de Rodri e, em posição legal na origem da finalização, tirou do goleiro e colocou números finais na partida. Além das classificação, o confronto direto recente foi desempatado: nas últimas quatro edições de Eurocopa, estes países se enfrentaram, com duas classificações para cada lado. Coube aos espanhóis colocar o 3 x 2 neste histórico.

Ficha técnica:

LIGA DAS NAÇÕES DA UEFA
Semifinal - Jogo único
Espanha 2 x 1 Itália
Estádio De Grolsch Veste, Enschede, Holanda

Espanha

Unai Simón; Jesús Navas, Le Normand, Laporte e Alba; Merino (Fabián Ruiz), Rodri, Rodrigo (Asensio), Gavi (Canales) e Pino (Fati); Morata (Joselu). Técnico: Luis de la Fuente

Itália

Donnarumma; Di Lorenzo, Rafael Tolói, Bonucci (Darmian) e Acerbi; Jorginho (Cristante), Barella e Frattesi (Verratti); Spinazzola (Dimarco), Zaniolo e Immobile (Chiesa). Técnico: Roberto Mancini


Gols: Pino, aos três minutos do 1º tempo, e Joselu, aos 43 minutos do 2º tempo (Espanha); Immobile, aos dez minutos do 1º tempo (Itália)

Cartões amarelos: Immobile e Zaniolo (Itália); Alba, Gavi e Morata (Espanha)

Arbitragem: Slavko Vincic (Eslovênia)

* Estagiário sob supervisão de Marcos Paulo Lima

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