A reta final da temporada de 2023 proporcionou ao Centro-Oeste uma oportunidade de raro quilate no futebol nacional. No dia de encerramento da Série B do Campeonato Brasileiro e com a proximidade do fim da primeira divisão, a região central do país vislumbra a chance de ter quatro participantes na elite de 2024. Goiás, Cuiabá, Vila Nova e Atlético-GO carregam a esperança de igualar uma marca do longínquo ano de 1986. Escanteado em termos de desempenho, o Distrito Federal apenas observa o movimento de sucesso dos vizinhos.
A possibilidade passa por duas frentes distintas envolvendo as Séries A e B do Brasileirão. Uma delas, inclusive, terá definição total hoje. Únicos representantes do Centro-Oeste na Segunda Divisão nacional, Vila Nova e Atlético-GO chegam na última rodada com chances reais de confirmarem o acesso. O colorado está em quarto, enquanto o rubro-negro figura na quinta colocação. Assim, a oportunidade de a região contar com quatro clubes na elite de 2024 passa diretamente pelo bom desempenho do Tigre e do Dragão na rodada marcada simultaneamente para às 17h.
Longe da primeira divisão nacional desde 1985, o Vila Nova depende apenas de si para figurar entre os principais times do Brasil pela quinta vez na história, a primeira nos pontos corridos. O Colorado precisa de uma vitória simples contra o lanterna ABC, fora de casa, para conseguir subir de divisão. Buscando o retorno imediato após cair em 2021, o Atlético-GO precisa fazer contas. Além de ganhar do Guarani, em Goiânia, o Dragão torce para um tropeço do Juventude em visita ao Ceará. Isso, claro, pensando em acesso duplo de times do Centro-Oeste, pois os rivais são concorrentes diretos nas duas vagas disponíveis.
Se tudo der certo na rodada da Série B, o futebol da zona central do país passa a olhar para o desenrolar final da primeira divisão. Com 47 pontos, o Cuiabá corre pouquíssimo risco de rebaixamento. O Dourado pode confirmar a permanência de forma matemática com os resultados da próxima rodada. O Goiás em quem está em situação mais complexa. Em 18º e seis pontos atrás da porta de saída do descenso, o Esmeraldino precisa protagonizar uma arrancada poucas vezes vista para reforçar o clube de times da região no Brasileirão de 2024.
O apelo histórico para motivar os times do Centro-Oeste a conseguirem os objetivos pessoais em prol do coletivo, porém, existe. Desde 1986, a região não tem tantos participantes juntos em uma mesma edição do Brasileirão. Naquele ano, Atlético-GO, Operário-MT, Comercial-MS, Goiás, Operário-MS e Sobradinho jogaram a elite. A fórmula de disputa, no entanto, era outra e reforça o peso da possibilidade atual. O torneio era disputado com 80 clubes de todo o Brasil, quatro vezes mais a quantidade atual da era de pontos corridos: 20 times.
DF no limbo
Se o Centro-Oeste tem a oportunidade de garantir um protagonismo poucas vezes visto no Campeonato Brasileiro, o Distrito Federal está escanteado do sucesso. Atravessando uma das fases mais sombrias em âmbito nacional, a capital conta com clubes apenas na Série D. Nas outras divisões, a ausência é longa. A elite, por exemplo, não tem a participação de uma equipe candanga desde 2005, quando o Brasiliense acabou rebaixado. No melhor dos cenários, com acessos consecutivos, os clubes locais fariam peso na conta somente em 2027. O Mato Grosso do Sul vive a mesma situação.
Ter quatro times no Brasileirão de 2024 não é fácil e está vinculado a uma combinação quase perfeita de fatores envolvendo dois torneios de muita complexidade. Porém, chegar na reta decisiva da temporada com a chance de fazer história de maneira tão significativa reforça o poder adormecido do futebol do Centro-Oeste e a capacidade da região de figurar bem nas principais competições do calendário nacional. Um sopro de esperança não apenas para os estados mais bem colocados na pirâmide do país, mas para aqueles com o sonho de figurar novamente entre os gigantes.
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