Lá se vão 1.206 dias desde que Abel Fernando Moreira Ferreira disse "sim" ao pedido de casamento e foi anunciado pelo Palmeiras. O que isso tem a ver com os três clássicos de Série A de Campeonato Brasileiro, neste domingo (18/2), pelos estaduais? Absolutamente tudo. Além de ser um dos protagonistas do Dérbi das 18h contra o Corinthians, na Arena Barueri, pela nona rodada do Paulistão, o influenciador dos gramados propõe um desafio às mentes por trás dos outros cinco clubes do pelotão de elite do país, envolvidos em confrontos com arquirrivais. Juntos, o corintiano António Oliveira, o vascaíno Rámon Díaz, o botafoguense Tiago Nunes, o tricolor baiano Rogério Ceni e o rubro-negro da Boa Terra Léo Condé não dão um Abel Ferreira no quesito longevidade.
Abel Ferreira ostenta a prancheta alviverde há três anos e três meses. O profissional da Terra de Camões dá de goleada em todos os colegas de profissão que trabalham com clubes de primeiro mundo do futebol brasileiro. São 233 jogos, 135 vitórias, 55 empates e 43 derrotas. E o melhor de tudo para os palmeirenses: nove títulos. Entre eles, duas Libertadores (2020 e 2021), dois canecos da Série A (2022 e 2023) e uma Copa do Brasil (2020). De lá para cá, tornou-se um exemplo a ser seguido. O problema é que, nos gramados do Brasil, querer não é poder.
A aposta dos principais clubes do país em técnicos jovens e/ou estrangeiros existe. A paciência palmeirense, entretanto, é exceção e não regra. Por aqui, é necessário dançar conforme a música. A pressão de conselheiros, patrocinadores e até torcedores costumam ser derradeiras no momento de manter ou demitir um treinador. O Corinthians é um exemplo. Desde que Abel desembarcou em São Paulo, sete profissionais herdaram a prancheta alvinegra.
António Oliveira é o oitavo no nono dia de Timão. Em Dérbis, ele teve embates filosóficos contra cinco: Vagner Mancini, Sylvinho, Vítor Pereira, Fernando Lázaro e Vanderlei Luxemburgo. Um dos pressionados, nesse recorte, Sylvinho foi o único a derrotar o "malvado favorito" do Palmeiras, no 2 x 1 pelo Brasileirão de 2021.
No Rio de Janeiro, o mais longevo é Fernando Diniz, com 659 dias de trabalho. Se nem a recente era vitoriosa do Flamengo não poupou treinadores, imagine as situações de Botafogo e Vasco. Adversários neste domingo, às 16h, no Nilton Santos, Tiago Nunes e Rámon Díaz, juntos, não dão um ano de trabalho. Os serviços prestados pelo dois totalizam 312 dias desde os respectivos anúncios. O botafoguense chegou para salvar a temporada 2023 com a iminência da perda do título brasileiro. Falhou e sequer cruzou a linha de chegada entre os que alcançaram a fase de grupos da Libertadores.
O professor argentino tinha situação semelhante, mas objetivo diferente. Quando desembarcou no Rio de Janeiro, em julho do ano passado, a missão era evitar o naufrágio da embarcação cruzmaltina no quinto rebaixamento. Cumpriu a promessa de que o Gigante da Colina não cairia.
Bahia e Vitória chegam para o primeiro clássico do ano com pensamentos alinhados. Mantiveram as ideias de Rogério Ceni e Léo Condé. Se tudo correr bem neste domingo, às 16h, no Barradão, eles se reencontrarão também no Brasileirão. Ceni acumula 162 dias em Salvador. Condé conhece pouco mais dos atalhos da capital baiana com 376 acumulados.
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