Jogos Olímpicos

Conheça Taiane Justino, joia que vai a Paris-2024 pelo Vivência Olímpica

Escolhida para experimentar o ambiente dos Jogos no programa Vivência Olímpica, joia do levantamento de peso carrega grandes resultados em torneios de relevância e verá, de perto, evolução do poder feminino no Time Brasil

Taiane Justino é a promessa do surfe contemplada com vaga no programa Vivência Olímpica, dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 -  (crédito: Miriam Jeske/COB)
Taiane Justino é a promessa do surfe contemplada com vaga no programa Vivência Olímpica, dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 - (crédito: Miriam Jeske/COB)

Rio de Janeiro — Em todas as edições de Jogos Olímpicos, o principal objetivo de uma delegação nacional é colher os frutos plantados nos longos trabalhos de preparação. O ápice desse objetivo é, principalmente, a conquista de medalha. Mas, em Paris-2024, o Time Brasil faz questão de prospectar o futuro. Na terceira edição do projeto Vivência Olímpica, atletas com potencial de evolução, mas sem vaga no evento, estarão na capital francesa para explorar o ambiente de maneira antecipada. E uma das joias escolhidas para a experiência é de uma modalidade na qual o país sequer subiu ao pódio. Revelação do levantamento de peso e dona de um futuro promissor, Taiane Justino, de 20 anos, carrega, com elegância, toda a expectativa em torno dela.

Cria do Rio de Janeiro e lapidada em projeto do Instituto Mangueira do Futuro, a pesista fará parte de uma delegação especial composta por 12 promessas do esporte brasileiro. Ela foi anunciada no Vivência Olímpica, em abril, ao lado de Ryan Kainalo, do surfe. Os outros 10 nomes ainda vão passar pelo crivo do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Os atletas serão divididos em dois grupos. Cada um deles ficará metade do período dos Jogos na França. Todos participarão de ações voltadas especificamente ao programa. A escolha de Taiane ganha contorno de obviedade pelo potencial demonstrado em torneios relevantes. Desde 2019, quando passou a se dedicar integralmente ao levantamento de peso, a carioca empilha conquistas: a galeria pessoal tem, por exemplo, medalhas de Sul-Americanos e Mundiais das categorias sub-17 e sub-20.

A última prova de força foi em palco internacional. Durante a Copa do Mundo de Phuket, na Tailândia, em abril, Taiane brilhou com resultados expressivos. A revelação realizou uma apresentação impecável. Levantou 108kg no arranco, 145kg no arremesso e 253kg totais na categoria 87kg feminino. O impressionante desempenho quebrou marcas. Cinco recordes brasileiros da categoria adulta, cinco índices nacionais sub-20 e dois sul-americanos foram pulverizados na apresentação. Além disso, pavimentou o caminho para a participação no Vivência Olímpica de uma promessa observada de perto e com carinho pelo COB e pela Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos (CBLP).

Na mala para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, Taiane levará uma mescla do sucesso plantado até aqui com a meta de evolução pessoal, visando Los Angeles-2028 e Brisbane-2032. "Eu fiquei muito feliz por ser convidada para o Vivência Olímpica. Vai ser uma experiência única. A ficha ainda não caiu. Espero aprender muito e levar tudo para a minha rotina e trajetória. É uma oportunidade para poucos atletas e a expectativa está alta", vibra Taiane, ao Correio. A atleta trata as conquistas recentes como combustível extra no desafio. "Aumenta muito a vontade de continuar obtendo resultados, o desejo de manter o crescimento em competição e, principalmente, o sentimento de querer melhorar", detalha.

Força feminina

Nos Jogos Olímpicos, Taiane Justino terá a oportunidade não apenas de evoluir esportivamente. A revelação poderá acompanhar de perto o movimento de ascensão das mulheres brasileiras nas mais diversas modalidades. Em Paris-2024, o Time Brasil deve ter uma inédita paridade de gênero na delegação. E muitas das esperanças de medalha do país na França tiveram a evolução forjada pela experiência do Vivência Olímpica. Hoje referências femininas em vários âmbitos, Rebeca Andrade, Martine Grael, Bia Ferreira, Duda e Ana Patrícia passaram pelo projeto nas edições de Londres-2012 e Rio-2016.

"É sensacional. Até que enfim, poderemos dizer que está igualado. Eu fico muito feliz e, graças a Deus, estou fazendo parte disso", comemora. No próprio levantamento de peso, as mulheres viveram batalha por espaço. Incluído no programa olímpico desde a primeira edição dos Jogos, em Atenas-1896, a modalidade criou competições femininas apenas em Sydney-2000. E Taiane não esquece dos exemplos nacionais do esporte quando busca inspirações. "A Jaqueline Ferreira (bronze no Pan-2015) sempre me inspirou muito. Inclusive, tive a oportunidade de dividir barra e plataforma com ela. Foi uma das minhas maiores referências olímpicas."

Mesmo sem competir, Taiane tem tudo para voltar da Cidade Luz com o holofote necessário para trilhar uma carreira de muito sucesso no levantamento de peso. Uma expectativa moldada pela fé na própria força para ir além do Rio de Janeiro e brilhar no mundo do esporte de alto rendimento.

*O repórter viajou a convite do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

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postado em 23/05/2024 06:00
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