
Bruno Henrique reafirmou sua inocência em depoimento por videoconferência nesta quinta-feira (04), durante audiência na sede do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro. O atacante do Flamengo é acusado de manipular intencionalmente um cartão amarelo no revés para o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, para beneficiar apostadores.
O camisa 27 da Gávea negou as acusações de maneira direta e reforçou sua confiança no tribunal. Contudo, no decorrer do julgamento, optou por não responder às perguntas dos auditores.
“Gostaria de reafirmar a minha inocência. Dizer que confio na justiça desportiva. Jamais cometi as infrações que estou sendo acusado. Meus advogados estão aí e falarão por mim durante a defesa do processo”, e concluiu:
“Faço questão de mostrar o meu respeito e a minha total confiança nesse tribunal. E desejo um excelente julgamento a todos. Que tudo transcorra de forma leve e justa. Uma boa tarde a todos. Só isso mesmo”.
Bruno Henrique se defende
????Bruno Henrique, Usuário do Zoom, deu uma declaração durante o julgamento.
“Não cometi nenhuma infração” pic.twitter.com/wQKUUw4TpA
— Vini (@viniesportes) September 4, 2025
O que sustenta a acusação?
A Procuradoria do STJD adota que Bruno Henrique buscou o cartão de maneira proposital — influenciado por uma rede de apostas. Segundo o delegado da Polícia Federal Daniel Cola, o atacante teria comunicado antecipadamente ao irmão, Wander Pinto, que forçaria a advertência durante o jogo em Brasília.
Cola refirmou que “houve aviso prévio sobre essa manipulação no mercado de cartões” e alertou para a gravidade do lance. Seguindo seu relato, o cartão poderia ter influenciado diretamente a disputa de título com o Palmeiras em uma eventual igualdade nos critérios de desempate.
A denúncia também se sustenta no depoimento de Douglas Ribeiro Pina Barcelos, que admitiu seu conhecimento prévio do lance. Ele confessou após firmar acordo com o Ministério Público do Distrito Federal.
Defesa contesta e pede anulação
Os representantes do jogador, por sua vez, argumentaram que o processo deveria ser dado como prescrito. A versão sustenta que a abertura do inquérito, em maio, extrapolou o prazo previsto de 60 dias até apresentação das provas pela PF — em junho.
A tese acabou rejeitada por maioria de votos ( 4 a 1) pelos auditores da 1ª Comissão Disciplinar. Assim, mantiveram o andamento do julgamento.
Já Michel Assef Filho, advogado do Flamengo, afirmou que o clube não se prejudicou esportivamente. Ele ainda defendeu o ato de forçar o terceiro cartão amarelo como uma prática comum no futebol brasileiro. Isso porque cumpre suspensão de maneira estratégica.
Outros envolvidos
Além do atacante, a denúncia do STJD inclui outros quatro atletas amadores: o irmão do jogador, Wander Pinto, Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Sales Nascimento dos Reis e Douglas Barcelos. Todos supostamente ligados ao esquema.
Duas mulheres da família do atacante, a esposa de Wander e uma prima, também tiveram seus nomes envolvidos. Contudo, não estão entre os alvos da comissão disciplinar.
A esfera criminal também acompanha o caso, com um processo em curso na 7ª Vara Criminal de Brasília.
Flamengo aguarda desfecho
Por meio de seus representantes jurídicos, o clube carioca manteve participação ativa durante a sessão. O Rubro-Negro reafirmou que não sofreu prejuízos desportivos e sustenta a confiança na inocência do camisa 27.
O STJD deve divulgar nos próximos dias o resultado do julgamento. Caso seja condenado, o jogador pode enfrentar suspensão e sanções disciplinares. Até lá, seguirá à disposição de Filipe Luís para os compromissos do calendário.
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