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Trisal, renúncia de defesa e “apagão geral” em provas: a cronologia do caso David Luiz

David Luiz move ação contra Karollainy na Justiça

David Luiz move ação contra Karollainy na Justiça  -  (crédito: Foto: Reprodução/Instagram)
David Luiz move ação contra Karollainy na Justiça - (crédito: Foto: Reprodução/Instagram)

A divulgação de um laudo da Polícia Civil do Ceará virou o caso de David Luiz, acusado de ameaça e perseguição, do avesso nas últimas horas. Isso porque o documento indica que o celular entregue por Karollainy Barbosa Cavalcante passou por uma redefinição de fábrica antes de ser periciado, além de outras suspeitas de adulteração e falsificação. Além disso, a cearense agora responde por calúnia e difamação em ações movidas pelo próprio zagueiro na Justiça.

Com os novos desdobramentos, a reportagem do Jogada 10 decidiu reunir os fatos para abordá-los em ordem cronológica. Vale destacar que as atualizações ocorrem pouco após a saída coletiva dos representantes jurídicos do atleta no caso.

As acusações contra o ex-Fortaleza vieram à tona pouco após sua ida ao Chipre, em agosto, quando Karollainy expôs um convite do jogador para integrar um trisal. Segundo seu relato, o zagueiro manteve uma relação extraconjugal com ela por um período, com encontros pontuais em Fortaleza — versão desmentida pelo atleta.

A cearense recusou a proposta pelo trisal e, segundo seu relato, passou a ser perseguida a partir disso. Em suas denúncias, a mulher conta que sofreu ameaças e sentiu-se coagida pelo atleta e pessoas próximas a ele. Karol alegou ter sido aprisionada em um hotel por seguranças do zagueiro e, posteriormente, teria recebido ameaças contra seu filho.

Karol mostrou-se tão assustada com o teor das mensagens que comparou o caso ao de Eliza Samudio. Diante da repercussão e do temor, a Justiça concedeu medida protetiva a favor da denunciante. O atleta, por sua vez, negou veementemente todas denúncias e ainda acusa-a por outros três crimes: calúnia, injúria e difamação.

A defesa, porém, sofreu um revés no fim de agosto após a saída dos advogados Gabriel Domingues, Gustavo Teixeira e Ricardo Sidi da equipe jurídica do atleta. Os representantes renunciaram ao caso por motivos não divulgados.

Reviravolta com laudo pericial

O ponto de inflexão no caso ocorreu com a divulgação do laudo pericial, conduzido pelo perito Cássio Thyone Almeida de Rosa. A análise identificou que o aparelho celular de Karollainy esteve submetido a um “factory reset”, ou seja, a uma restauração completa para os padrões de fábrica, na véspera da apreensão pela polícia.

Além disso, o software Cellebrite — usado na investigação e validado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) — constatou inconsistências técnicas nos arquivos apresentados. A perícia apontou que as imagens contendo supostas mensagens de ameaça foram editadas.

O perito concluiu que o estilo textual das mensagens apresentadas não correspondia ao padrão de comunicação anteriormente usado pelo atleta. Constatando, portanto, vestígios de edição. Há ainda indícios de que a foto usada para vincular a autoria ao jogador era, na verdade, de outra pessoa.

Restrições judiciais para David Luiz

Mesmo com os indícios de manipulação apresentados no laudo, o processo segue em curso. Em paralelo, o zagueiro permanece submetido às proibições impostas pela Justiça — restrição de contato com a denunciante e seus familiares, além da distância física mínima estabelecida por decisão judicial.

O Ministério Público do Ceará ainda não anunciou formalmente se as novas descobertas serão suficientes para a revogação das medidas protetivas ou eventual arquivamento da denúncia. Por ora, o caso segue sob sigilo e depende de novas manifestações da promotoria e do Judiciário.

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RJ
postado em 18/09/2025 11:33
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