Enquanto muitos atletas deixam a faculdade pelo caminho devido à falta de tempo, Allan Beller fez um percurso diferente. Formado em Ciências Contábeis, o ala-pivô do Brasília Basquete é um ponto fora da curva em um meio no qual o estudo é o diferencial. No entanto, para ele, as lógicas dos números e do esporte sempre se cruzaram, pois exigem cálculo, precisão e coragem para arriscar quando o cronômetro está prestes a zerar. Beller espera que tudo isso sirva para o duelo contra o Cruzeiro pelo NBB, hoje, às 20h15, no Ginásio Nilson Nelson.
"Desde quando comecei a treinar, sempre foi a minha vontade, mas uma coisa que minha mãe sempre prezou em casa foi os estudos. Para eu conseguir treinar, participar dos campeonatos e fazer peneira, tinha de estar bem na escola", conta o ala-pivô do Brasília.
Formado no segundo semestre de 2024, no Uniprojeção de Taguatinga, a faculdade entrou na vida de Beller em 2021, como uma surpresa. Aos 17 anos, o jogador ainda não participava da Liga Nacional e jogava no time da Moveon. Sem esperanças de se tornar profissional, chegou a se alistar no Exército e recebeu o convite para prestar vestibular.
O que Beller não esperava era o resultado da prova: o atleta acertou 90% das questões e recebeu bolsa integral para cursar na faculdade. Optou por ciências contábeis, devido ao gosto pela matemática. Em meio ao novo passo acadêmico, celebrou a entrada para o elenco profissional do Brasília Basquete. Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. A partir daí, surgiu a dificuldade de conciliar os estudos com as quadras.
Beller contou com muito suporte para seguir dedicado nas duas frentes. "Desde o momento que cheguei, deixei avisado: sou jogador profissional de basquete. Eu sempre falava com os professores no início do semestre. Se tivesse prova no dia ou atividade avaliativa, sempre me davam a chance de fazer depois", relata.
Formado em 2024, o atleta ainda não atuou na área, mas planeja cursar uma pós-graduação em planejamento tributário. O objetivo é fazer a própria contabilidade e abrir um escritório especializado na área de direito de imagem. "Quase todos jogadores de basquete têm PJ, e a maioria deles precisa de um contador para fazer essas coisas", explica.
O Brasília Basquete tem cinco vitórias e duas derrotas neste início de Novo Basquete Brasil (NBB). Adversário dsta sexta-feira, o Cruzeiro vive situação oposta, com dois triunfos e seis tropeços. A franquia do DF sofreu apenas um revés jogando em casa na temporada, para o Pinheiros, por 69 x 67.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
