PROVAS

Ministro da Educação diz que estuda viabilidade do Saeb em meio à pandemia

MEC avalia possibilidade da não realização do exame em razão do agravamento da crise sanitária. Milton Ribeiro afirma que com a atual situação, não será possível obter a qualidade necessária da prova, e que estuda fazer avaliação amostral

Sarah Teófilo
postado em 31/03/2021 14:23 / atualizado em 31/03/2021 20:29
 (crédito: Reprodução/TV Câmara)
(crédito: Reprodução/TV Câmara)

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta quarta-feira (31/3) que a pasta e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) estudam a viabilidade técnica de realizar as avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O conjunto de testes e questionários, aplicados a cada dois anos, faz um diagnóstico da educação básica brasileira, observando fatores que podem interferir no desempenho do estudante e os níveis de aprendizagem demonstrados.

“Acreditamos que na atual situação de pandemia, e se ela perdurar, não conseguiríamos obter a qualidade necessária dessa avaliação; não conseguiríamos ter esse percentual (de 80% dos estudantes matriculados, por etapa avaliativa, a participar da avaliação), e daí todo o esforço, toda disposição de recurso seria em vão”, disse. Conforme o ministro, o próprio Inep já avaliou que seria inviável a aplicação técnica. “Mas estamos vendo. Quem sabe uma avaliação não censitária, mas amostral, ainda este ano. O assunto ainda não está decidido, mas vai ser decidido em breve”, disse.

Cobranças

As informações foram ditas pelo ministro em audiência na comissão de Educação da Câmara dos Deputados. A audiência teve início às 9h, com um intervalo breve, e ainda está acontecendo. O ministro foi criticado por parlamentares por ações do ministério no âmbito da pandemia. O deputado Pedro Uczai (PT-SC), por exemplo, afirmou que o governo federal não coordenou ações durante a pandemia e é responsável pelas mortes, e questionou o motivo pelo qual o MEC também não coordenou ações no âmbito da educação, como lutar para que profissionais da área fossem vacinados.

Ribeiro rebateu dizendo que agiu para buscar vacina aos profissionais da educação, e que em relação a isso tem sua “consciência tranquila”. “Nós coordenamos, sim, a questão do enfrentamento da pandemia nas escolas públicas. A política (de vacinação) é liderada pelo Ministério da Saúde, mas eu fui o primeiro a me encontrar com o novo ministro da Saúde (Marcelo Queiroga), e fui lá exclusivamente para pedir vacinação para os professores e profissionais da educação. Eu não tenho papel de decisão, mas tenho papel de provocar uma decisão a nosso favor. E isso não me furtei”, disse.

Ele também foi questionado sobre os cortes no orçamento da Educação, respondendo que não é o responsável pelos cortes. “Estamos avaliando, pois a LOA (Lei Orçamentária Anual) só foi aprovada pelo Congresso no final da semana passada. Mas assim que tivermos os valores conversarmos com o ministro Paulo Guedes”, afirmou, frisando que foi o primeiro a procurar parlamentares para saber sobre o orçamento após o envio da proposta. “Não fiquei inativo”, defendeu.

 

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