Ranking Mundial

UFMG é classificada como melhor federal do Brasil em ranking global

Times Higher Education (THE) confirma Universidade Federal de Minas Gerais em uma das faixas de análise das melhores instituições de ensino superior do mundo

Estado de Minas
postado em 08/09/2021 17:09 / atualizado em 08/09/2021 17:23
 (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press )
(crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press )

Duas universidades localizadas no Triângulo Mineiro estão entre as melhores do mundo segundo a revista britânica Times Higher Education (THE), ranking que mede quais as instituições de maior destaque do planeta. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), localizada em Uberaba, entraram nesse seleto grupo.

A publicação compara o ensino de universidades públicas e privadas ao redor do mundo. Nesse comparativo, 1.662 universidades estrangeiras e britânicas foram classificadas.

A Times Higher Education University Rankings 2022 é considerada atualmente uma das mais importantes publicações que analisam o ensino superior. Ao todo, 99 países e territórios foram considerados, sendo uma das avaliações com maior diversidade no ranking que mede esse conceito.

A UFU e a UFTM ficaram empatadas no ranking na posição 1.201 – entre as 59 instituições brasileiras aprovadas pela revista britânica, as universidades ocuparam também a mesma colocação, 18º.

Os principais indicadores que traçam os pontos necessários para que uma universidade se encaixe nesse grupo são:

- Ensino (ambiente de aprendizagem)
- Pesquisa (volume, receita e reputação)
- Citações (influência da pesquisa)
- Perspectiva internacional (funcionários, alunos e pesquisa)
- Renda da indústria (transferência de conhecimento)

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFTM, professor Carlo Oliveira, conta que a inclusão da UFTM nessa lista mostra o quanto a universidade tem crescido e desenvolvido conteúdos que contribuem para sociedade.

“Ao longo dos últimos anos, a UFTM já vem se destacando em alguns rankings nacionais que incluem governança, transparência, atenção à comunidade, preocupação com o meio ambiente e crescimento, quando comparada a outras instituições de ensino superior do país. Essa inclusão só mostra que o que é feito aqui tem repercussões para além das fronteiras brasileiras. É momento, portanto, de compreender esse ranking e buscar meios para que a melhoria desses indicadores seja contínua, progressiva e pautada nos valores, visão e missão da instituição”, comenta Carlo Oliveira.

Universidades que tiveram ampla pesquisa envolvendo a COVID-19 ficaram com melhores colocações no ranking. A Oxford, responsável pelo desenvolvimento da vacina AstraZeneca, ficou em 1º lugar pelo sexto ano consecutivo.

A professora Maíra Sueco Maegava Córdula faz parte do Comitê de Programas de Mobilidade da UFU, que visa acompanhar e avaliar a instituição em programas internacionais, e conta que a universidade vem trabalhando para disponibilizar os dados solicitados por rankings universitários internacionais desde 2018.

“Estar classificada entre as melhores universidades do mundo demonstra o reconhecimento da grandeza da universidade, mesmo que seja em parâmetros ainda não tão adequados à realidade do ensino superior brasileiro”, explica a professora da UFU.

Para ela, isso reforça cada vez mais a importância das instituições federais brasileiras: “É preciso salientar que são universidades jovens que estão classificadas junto com outras que tem mais de 500 anos de história. Isso demonstra a força e a qualidade do ensino superior brasileiro ofertado pelas nossas universidades federais”.

 

Falta investimento, sobra boa vontade


Quem trabalha na UFMG acompanha a queda nos investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia no Brasil, mas isso não desanima para o bom desempenho da universidade, como diz o pró-reitor de Pesquisa, professor Mário Montenegro Campos.

“Nossa posição de destaque se justifica pelo grande esforço institucional, em especial por parte dos pesquisadores. A UFMG vem apresentando melhora continuada nos indicadores de pesquisa, ensino e captação de recursos da indústria”, observou.

O professor Carlos Basílio Pinheiro, diretor de Produção Científica da PRPq, destaca que a UFMG, embora tenha mantido sua colocação geral, vem melhorando seu desempenho relativo às demais universidades brasileiras.

“Somos satisfatoriamente avaliados em muitos parâmetros objetivos. Por outro lado, temos várias outras dimensões negligenciadas pelos rankings, cujos critérios nunca são universais”, pondera Carlos Basílio.

 

Comemoração e atenção


A UFMG informou que, desde 2012, tem fornecido dados para a avaliação da THE. Para inclusão nessa lista, é exigido que as universidades ofereçam cursos em nível de pós-graduação e tenham número de publicações relevantes superior a 1 mil, em cinco anos.

O resultado chega, de certa forma, como um presente à UFMG, já que a universidade está em um momento de comemoração aos 94 anos de fundação.

“Esse resultado não é fruto apenas de esforços recentes. Ele reflete o ‘DNA’ de uma instituição que sempre trabalhou na direção da excelência e orientada pelo compromisso público e pela relevância social. As gerações que nos antecederam têm papel fundamental nessa trajetória”, analisa a reitora Sandra Regina Goulart Almeida.

Apesar da alegria com o resultado, a reitora se preocupa com o futuro da universidade. “Os resultados recentes são muito bons, apesar das fortes restrições orçamentárias impostas às universidades nos últimos anos. Mas essa tendência precisa ser revertida rapidamente, sob pena de não conseguirmos manter, nos próximos anos, a qualidade e a pertinência social de todo o trabalho de ensino, pesquisa e extensão que realizamos”, adverte.

 

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