Dia Internacional da Mulher

Reitora da UnB celebra conquintas das mulheres neste 8 de março

Em carta, Márcia Abrahão comemora os avanços acadêmicos e ressalta a importância da igualdade de gênero e do voto feminino

Correio Braziliense
postado em 08/03/2022 19:44
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, neste 8 de março, a reitora da Universidade de Brasília (UnB) Márcia Abrahão publicou uma carta celebrando as conquistas das mulheres no meio acadêmico. A educadora também refletiu sobre os avanços que ainda precisam ocorrer para que haja igualdade de gênero.

Na nota publicada, Márcia reforçou a importância do direito de voto das mulheres e convidou a todos a fazerem uma reflexão sobre o papel feminino dentro da sociedade. “Há poucos dias passamos pelo marco dos 90 anos do voto feminino. Certamente, uma das conquistas mais importantes para as mulheres brasileiras. Agora, o oito de março nos convida a refletir sobre os avanços e retrocessos do espaço da mulher na sociedade, na política, na ciência e na vida profissional e pessoal”, diz em um trecho.

A reitora valorizou a mulher no espaço acadêmico e as conquistas ao longo dos anos, principalmente no período da pandemia. “Sabemos que a pandemia de covid-19 aprofundou ainda mais as desigualdades de gênero, com sobrecarga de atividades profissionais e domésticas. As cientistas, entretanto, têm se destacado no combate à pandemia em todo o mundo, e particularmente no Brasil”, ressaltou Márcia.

Por fim, Márcia convidou a todos para o evento preparado pela UnB com rodas de conserva, mesas-redondas, mostra de filmes, entre outros, que ocorrerá no campus ao longo do mês de março.

Leia a nota na íntegra:

“Queridas colegas docentes, técnicas e estudantes,

Há poucos dias passamos pelo marco dos 90 anos do voto feminino. Certamente, uma das conquistas mais importantes para as mulheres brasileiras. Agora, o oito de março nos convida a refletir sobre os avanços e retrocessos do espaço da mulher na sociedade, na política, na ciência e na vida profissional e pessoal.

Na Universidade de Brasília (UnB), nós nos destacamos em diferentes áreas do conhecimento e na gestão. Somos maioria entre estudantes e técnicos-administrativos. Entre docentes, representamos quase 46% do quadro. Ocupamos cinco dos oito cargos da Administração Superior. Pela primeira vez, duas mulheres conduzem o orçamento da Universidade. Dados que se aproximam de uma paridade de gênero deveriam ser a regra e não a exceção, mas o caminho para a superação das desigualdades de gênero é árduo e exige esforço coletivo.

Prestes a completar 60 anos em 21 de abril, a nossa jovem Universidade travou lutas importantes para a valorização da mulher. Estamos avançando. Um dos feitos mais recentes se concretizou com a criação da Câmara de Direitos Humanos (CDH), aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni), em outubro de 2021. A Política já havia sido aprovada em abril do mesmo ano. Ter uma instância com o papel estruturante de propor e monitorar políticas e ações de promoção e proteção dos Direitos Humanos na Universidade foi uma conquista adquirida depois de muito debate e com forte engajamento de mulheres de nossa comunidade. Estamos avançando e me orgulho de contribuir com este processo, como ex-aluna e reitora da UnB. Cada uma de nós e todas juntas somos responsáveis por conquistar as mudanças necessárias, para que as novas gerações possam dispor de condições mais favoráveis à participação e desenvolvimento das mulheres.

Sabemos que a pandemia de covid-19 aprofundou ainda mais as desigualdades de gênero, com sobrecarga de atividades profissionais e domésticas. As cientistas, entretanto, têm se destacado no combate à pandemia em todo o mundo, e particularmente no Brasil. Na UnB, estamos atentas à criação de outras formas de apoiar as meninas e mulheres da nossa comunidade. Além do auxílio creche que criamos para estudantes em vulnerabilidade socioeconômica e do fim da proibição de estudantes grávidas permanecerem na Casa da(o) Estudante, finalmente o sonho de ter um espaço de pesquisa em primeira infância e uma creche na UnB será concretizado. Em fase de construção, o prédio terá capacidade para atender 94 crianças em período integral ou 188 divididas em turnos matutino e vespertino.

É tempo de debates e construções coletivas para a expansão dos direitos das mulheres. Durante todo o mês de março, a UnB preparou rodas de conversa, mesas-redondas, edição especial do Fórum Estudantil, mostra de filmes, oficinas, webinários e lançamento de livros. São atividades que reunirão mulheres inspiradoras e com diferentes atuações para realçar temas como maternidade, saúde mental, política de gênero, mulheres na ciência, gestão, saúde mental, sexualidade, violência, mercado de trabalho, entre tantos outros assuntos. Aproveitem a extensa programação.

Levaremos adiante a missão de manter cristalinas, nas estruturas da UnB, as transformações que decorrem da mudança dos tempos, da representatividade e da superação das desigualdades, tão presentes no DNA da nossa Universidade.

Parabenizo todas as mulheres, motivo de muito orgulho. Sempre.

Márcia Abrahão
Reitora”

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