CRISE

Senador rejeita resposta do MEC sobre ida de ex-ministro a audiência

Assessoria do MEC enviou ofício informando da impossibilidade do comparecimento, mas senador rejeitou o comunicado e reforçou que a ausência do ministro pode levar à criação de CPI

Cristiane Noberto
postado em 30/03/2022 21:37 / atualizado em 30/03/2022 21:56
Senador Marcelo Castro -  (crédito: Jane de Araújo/Agência Senado)
Senador Marcelo Castro - (crédito: Jane de Araújo/Agência Senado)

O presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, senador Marcelo Castro (MDB-PI), rejeitou a justificativa do Ministério da Educação (MEC) sobre a impossibilidade do comparecimento do ex-ministro Milton Ribeiro à audiência marcada para quinta-feira (30/3).

“Acabo de receber ofício da assessoria parlamentar do Ministério da Educação comunicando que o ex-ministro Milton Ribeiro não irá comparecer à Comissão de Educação, nesta quinta-feira. Considero o ofício sem efeito, uma vez que o convite foi para o ex-ministro, que não possui mais vínculo com a pasta, portanto, a comunicação deveria ser feita por Milton Ribeiro”, escreveu o parlamentar no Twitter.

No ofício enviado pelo MEC, a assessoria destaca a impossibilidade do comparecimento, pois o pedido é de 28 de março, publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), mesma data em que foi publicada a exoneração de Ribeiro.

O argumento é de que o convite seria para o ministro e, como Milton Ribeiro não está mais à frente da pasta, não poderia comparecer em nome do MEC.

CPI do MEC

Mais cedo, Castro afirmou que, caso nenhum dos dois compareça ao colegiado para prestar esclarecimentos, será uma "confissão de culpa" e abre precedente para a formação uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação.

"Se qualquer um dos convidados a prestar esclarecimentos sobre esses fatos gravíssimos envolvendo recursos do Ministério da Educação não comparecer ao Senado, será interpretado como uma confissão de culpa", afirmou.

Castro já havia dito na terça-feira (29/3) que a ausência poderia abrir o precedente para instaurar a CPI. Agora, porém, o senador afirma que o colegiado vai reagir. As assinaturas já estão sendo recolhidas pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Segundo o parlamentar, a ausência seria, no mínimo, "uma descortesia do ex-ministro". Contudo, ele afirmou que a comissão não ficará de "braços cruzados". "A ausência será a provocação da abertura da CPI do MEC", disse.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação