ESCOLHA A ESCOLA DO SEU FILHO

Ensino médio é momento de escolhas e suporte da escola se torna fundamental

Os três anos do ensino médio são decisivos na vida dos estudantes. Instituições de ensino têm papel fundamental de auciliar neste momento

Naum Giló
postado em 29/10/2022 06:01
Guilherme Ludwig, Enrico Maimoni e Heda Sayde: escolhas da próxima etapa com ajuda do colégio -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
Guilherme Ludwig, Enrico Maimoni e Heda Sayde: escolhas da próxima etapa com ajuda do colégio - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)

Última etapa antes do ensino superior, do técnico ou mesmo que antecede a entrada no mercado de trabalho, o ensino médio é uma fase desafiadora para os adolescentes nos anos finais da educação básica. Nessa transição, o estudante tem que lidar com mudanças em vários âmbitos da vida. O corpo e a mente estão a todo o vapor no processo de formação  e decisões cruciais, que impactarão o futuro, devem ser tomadas. Somado a isso, há o retorno recente à modalidade presencial nas escolas, após a pandemia, e a implementação do Novo Ensino Médio.

O superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, diz que as mudanças no ensino médio são benéficas no aspecto de preparação do adolescente para o futuro profissional ou acadêmico. Agora, os alunos têm a oportunidade de se aprofundar em uma área de interesse entre as disponíveis na escola. "Além disso, também há a oferta da formação técnica e profissional. Todo este contexto faz com que a escola potencialize aptidões e habilidades dos jovens de olho nas exigências para o futuro e, ao mesmo tempo, possa atuar diretamente para a redução dos índices de evasão e abandono", explica Ricardo.

Segundo o superintendente, o ensino médio precisa ter um "caráter terminativo", ou seja, deve oferecer aos jovens condições de exercer sua profissão, seu direito de cidadão e ingressar no ensino superior, caso desejem. "É importante que o ensino médio coloque o estudante no centro, possibilite flexibilização e integração curricular e fortaleça a conexão com o mundo do trabalho e com o contexto extraescolar."

Fora atuar no desenvolvimento pleno do estudante, incluindo o exercício da cidadania, o ensino médio também é essencial na ajuda da construção e fortalecimento de habilidades e competências socioemocionais. "É na sala de aula que eles contam com acompanhamento pedagógico de maneira estruturada e são estimulados a desenvolver atividades que envolvam planejamento. São conhecimentos que, se bem passados, perduram por toda a vida. Em outras palavras, trata-se de um importante meio para promover acessos, mobilidade social e transformar vidas", pontua Ricardo.

Ele destaca uma pesquisa feita pela organização não governamental Todos Pela Educação. Segundo o levantamento, 98% dos estudantes do ensino médio gostariam de uma escola que os preparasse para o mundo do trabalho. Nove em cada 10 gostariam de escolher uma área para aprofundar os estudos ainda na etapa e 87% pretendem seguir os estudos, seja no ensino técnico, seja no superior. "É fato que há interesse estudantil, e isso aumenta a necessidade de oportunizá-los, principalmente quando falamos das redes públicas".

  • Guilherme Ludwig, Enrico Maimoni e Heda Sayde: escolhas da próxima etapa com ajuda do colégio Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press
  • 24/10/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Caderno Especial Escolha a Escola do Seu Filho. Colégio Pódion na 913 Norte. George Gonçalves, coordenador-geral. Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press
  • Hussan e Luísa sabem o que vão cursar na faculdade Mariana Lins/CB/D.A Press

Reflexão

O CEO da Qstione, plataforma de sistemas de gestão de avaliações de estudantes brasileiros, Fabrício Garcia, conta que o ensino médio é a etapa na qual os jovens começam a desenvolver mais fortemente as suas capacidades cognitivas, como as de expressão da linguagem numa forma mais sofisticada, a de análise crítica e reflexiva e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, permeadas por decisões que impactam diretamente os rumos da própria vida. "Eles começam a construir a capacidade de aplicar os conhecimentos obtidos na escola na vida cotidiana, percebendo o impacto e consequências de suas decisões no seu futuro social e profissional", detalha Garcia.

"Tudo isso acontece em um contexto de puberdade, com variações de ordem fisiológica que impactam fortemente a vida deles. Por isso, estes jovens precisam, além da atenção da escola, do suporte da família. Tal acompanhamento pelas famílias se torna o verdadeiro diferencial educacional no ensino médio".

Autoconhecimento

De acordo com o coordenador geral do Colégio Pódion, George Gonçalves, além do hábito do estudo, a escola valoriza o desenvolvimento do autoconhecimento do aluno. "Em outras palavras, o ajudamos a ter mais clareza de sua personalidade, das dificuldades e afinidades, para que suas atitudes e emoções sejam mais estáveis diante de situações e adversidades que são enfrentadas e vivenciadas em sua vida. Assim, com esse objetivo, estimulamos que ele busque excelência nas suas afinidades e aprenda a desempenhar o mínimo necessário em seus momento de dificuldade, oferecendo inclusive trabalhos complementares em áreas diversas", diz.

Ainda nesse sentido, um dos aspectos educacionais desenvolvidos no Pódion é a ética e honestidade, por meio da disciplina consciente. A escola trabalha com carga horária estendida, inserindo estudos dirigidos, resolução de exercícios e agendamento individual com um coordenador especialista em técnicas de estudos. "Neste atendimento individual, nosso coordenador orienta o estudante sobre como ele pode organizar seu tempo e qual seria a melhor técnica para que ele se desenvolva cognitivamente e emocionalmente", pontua o coordenador.

Colaborou Cecília Sóter

Opções na ponta do lápis

 (crédito: Mariana Lins/CB/D.A Press)
crédito: Mariana Lins/CB/D.A Press

Luisa Kaori Rodrigues Toratani, 17 anos, é estudante do 3º ano do ensino médio no Colégio Católica e tem o objetivo de ingressar no ensino superior em odontologia. Ela ainda estuda o currículo antigo, mas garante que a instituição tem dado suporte na preparação para a nova fase que está por vir. "Aqui no colégio temos a Secretaria de Vestibulares, cujo professor responsável auxilia em escolhas como a área do conhecimento de interesse do aluno, na inscrição para as provas, além de orientar na escolha do curso com base na pontuação que fazemos nas provas", detalha a estudante.

Os alunos do 1º ano de 2022 de todo o Brasil são a primeira geração a estudar no novo Ensino Médio, como é o caso de Hussan Kalid Jalal, 15, também no Católica. Embora ainda faltem dois anos para o momento da escolha do curso no nível superior, ele já tem decidido o seu objetivo, com a primeira opção como medicina e a segunda, direito. "O colégio sempre tem mostrado para a gente as várias carreiras e os diferentes caminhos para ingressar na faculdade. Também tem havido palestras com profissionais de diversas áreas de atuação a fim de nos auxiliar nessa decisão", conta.

Pandemia

Os dois adolescentes relatam que o retorno ao presencial depois de dois anos na modalidade a distância também tem sido um desafio. "Eu fiz o primeiro e o segundo ano na pandemia. Acredito que essa transição do nono ano para o ensino médio é muito importante para o amadurecimento, uma experiência que não pude viver plenamente", revela Luisa, que também confessa que gostaria de estar estudando no novo currículo.

Hussan estudou os dois últimos anos do ensino fundamental durante a pandemia e também acha que a experiência trouxe perdas. Já sobre o Novo Ensino Médio, ele considera as mudanças positivas. "Eu acho o novo currículo muito bom. É ensinado para a gente todas as matérias que sempre tivemos, aquelas que decidimos escolher e as eletivas."

A coordenadora pedagógica do ensino médio do Católica, Joelma Fernanda Carneiro Silva, ressalta que a reformulação dessa etapa do ensino coloca o estudante no lugar de protagonista na sua formação. Para auxiliar na decisão da carreira, ela conta que o colégio oferece projetos de orientação. "Desde o 1º ano, eles são estimulados a discutirem os seus futuros. No 3º ano, ocorrem encontros mensais com profissionais de várias áreas, que compartilham com os estudantes os desafios da carreira, como eles alcançaram o sucesso, se o momento é propício para aquela profissão, além de tirar as dúvidas", esclarece Joelma. (NG)

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