Paralização

Servidores do IFB aprovam greve com início em 3/4

Sindicato pressiona governo para garantir recomposição salarial e reestruturação de carreiras

Correio Braziliense
postado em 27/03/2024 20:14 / atualizado em 27/03/2024 20:16
Sinasefe aprova greve no IFB -  (crédito: -)
Sinasefe aprova greve no IFB - (crédito: -)
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Por Júlia Giusti* — O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) aprovou greve dos trabalhadores do Instituto Federal de Brasília (IFB) a partir da próxima quarta-feira (3/4), por período indeterminado. Entre as reivindicações, estão o reajuste salarial e a reestruturação das carreiras dos servidores técnicos administrativos em educação (TAE) e do ensino básico técnico e tecnológico (EBTT).

O coordenador geral do Sinasefe de Brasília e professor do campus Taguatinga do IFB, Lucas Barbosa, comenta que as verbas do Ministério da Educação (MEC) são insuficientes para arcar com as despesas do instituto e garantir condições de trabalho adequadas. “Maiores investimentos são necessários para melhorar os sistemas internos, de gestão acadêmica e infraestrutura”, afirma.

Segundo ele, o IFB depende de verbas aprovadas por emendas parlamentares e vem sofrendo os impactos das medidas tomadas nos governos de Michel Temer (2014 - 2016) e de Jair Bolsonaro (2018 - 2022). O sindicalista afirma que entre as medidas que causam o sufocamento orçamentário dos IFs estão a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, que limita gastos públicos por 20 anos, e a falta de uma política permanente em educação.

Barbosa ainda destaca que a carreira dos servidores técnicos não é atrativa devido à desvalorização salarial dos funcionários, levando à falta de servidores nas instituições de ensino. Para ele, a recomposição salarial e orçamentária é essencial para garantir educação de qualidade: “A gente precisa de servidores valorizados e melhores condições de trabalho”.

Paulo Cabral, professor do curso superior de tecnologia em agroecologia no IFB, acredita que a greve é necessária para pressionar o governo a atender as demandas da categoria. “Precisamos demonstrar para a opinião pública que os institutos federais necessitam que seus orçamentos sejam recompostos e que a qualidade da educação passa pela recomposição das perdas salariais dos servidores”, diz.

O Sinasefe está atuando em conjunto com outros sindicatos, como o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) e carreiras do Executivo Federal, para mobilizar o governo em torno das reivindicações dos servidores públicos.

Técnicos da UnB também estão em greve desde 11 de março. Os serviços se encontram paralisados na universidade por tempo indeterminado. A suspensão das atividades é acompanhada pelas categorias administrativas de 28 universidades e institutos federais em todo o país.

*Estagiária sob a supervisão de Priscila Crispi

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