Estudante da UnB é presa após chamar colega de "jack" e "viadinho"

O caso foi registrado pela Polícia Civil como injúria homofóbica e a aluna foi indiciada no artigo 2º da Lei 7.716/89, sem direito à fiança

Yandra Martins*
Walkyria Lagaci
postado em 13/11/2025 19:03 / atualizado em 14/11/2025 16:00
Aluna é indiciada após xingar colega -  (crédito: Reprodução/UnB)
Aluna é indiciada após xingar colega - (crédito: Reprodução/UnB)


 Uma aluna de 23 anos  do curso de agronomia da Universidade de Brasília (UnB) foi presa nesta terça-feira (11/11) após chamar uma pessoa que se identifica como não-binária de “viadinho” e “jack” — termo pejorativo que sugere estuprador. O caso foi registrado pela Polícia Civil como injúria homofóbica — houve entendimento neste sentido do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Direta de Inconstitucionalid Lagacy ade por Omissão (ADO 26). A estudante foi indiciada com base no artigo 2º-A da Lei 7.716/89, sem direito à fiança.

 

 

O fato aconteceu às 18h15 no ICC Norte da UnB. A Polícia Militar e a segurança do câmpus foram acionadas pela vítima, que se identificou como não-binária sem nome social e alegou ter sofrido homofobia após entrar em um banheiro feminino para arrumar o cabelo no espelho. O indivíduo pediu licença para uma estudante de agronomia que estava saindo do local. A menina teria respondido, de forma irônica, que não se retiraria: "Não dou licença, porque eu sou biologicamente mulher e você um homem". 

A estudante afirmou que acionaria os seguranças para que a outra pessoa envolvida saísse do banheiro. Ao falar com os guardas, começou a proferir ofensas em público como "viadinho" e "Jack", se referindo ao personagem estuprador. 

Em depoimento na 5ª Delegacia da Polícia, a acusada admitiu o crime de injúria e, em toda sua fala à corporação, teve discurso discriminatório.

Em nota, a Reitoria da UnB afirma: “A Universidade de Brasília informa que acompanha de forma responsável o caso, em articulação com os órgãos competentes, reafirmando o compromisso da UnB com os direitos humanos, à diversidade e à convivência respeitosa em sua comunidade universitária.” Destaca ainda estar prestando apoio e acompanhamento a ambas as partes.


 

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