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Pesquisa aponta o futuro das profissões no Brasil, com foco na indústria

O estudo apresenta uma análise prospectiva sobre as transformações que devem impactar o mercado de trabalho industrial no Brasil nos próximos anos

O Observatório Nacional da Indústria (ONI) divulgou, nesta segunda-feira (6), um estudo sobre os próximos passos da formação profissional no Brasil. Com foco industrial, a pesquisa mapeia as ocupações profissionais que ganharão cada vez mais relevância entre 2026 e 2035, além das tendências tecnológicas e organizacionais que deverão impactar a indústria brasileira nos próximos anos. O ONI é um órgão da Confederação Nacional  da Indústria (CNI).

A plataforma é um banco de inteligência de dados, feito para para analisar e subsidiar a formulação de políticas públicas voltadas para o mercado de trabalho da indústria nacional.

Iano Andrade / CNI - Pesquisadora Beatriz Santos, realizando procedimento de mapeamento digital.

Nesta última pesquisa, foram apontadas as chamadas “profissões do futuro”: formações profissionais que tendem a ser muito procuradas pelo mercado de trabalho nos próximos anos.

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Técnico em manufatura aditiva, por exemplo, são os responsáveis pela impressão 3D em nível industrial. É uma profissão de alta demanda, segundo o estudo. Cerca de um quarto das empresas voltadas para tecnologia precisarão de profissionais com essa capacitação.

Profissões com alta demanda para os próximos anos 

Nível técnico 

1. Técnico em Microrredes e Energias Renováveis – estimativa de demanda de 30% das empresas nos próximos cinco anos. 

2. Técnico em Cibersegurança Industrial – 25% das empresas. 

3. Técnico em Manufatura Aditiva (Impressão 3D) – 25% das empresas.

4. Técnico em Manutenção Preditiva – 15% das empresas.

5. Técnico em IIoT e Conectividade Industrial – 10% das empresas. 

6. Técnico em Operação de Robôs e Drones Autônomos – 10% das empresas.

7. Técnico em Realidade Aumentada/Virtual (RA/RV) – 10% das empresas. 

8. Técnico em Sensoriamento Remoto e Geotecnologias – 8% das empresas. 


Nível superior 

1. Gerente de Inovação Aberta e Colaborativa – cerca de 27% das empresas. 

2. Gestor de Sustentabilidade e Economia Circular – cerca de 20% das empresas 

3. Especialista em Gêmeos Digitais e Modelagem Virtual – cerca de 15% das empresas. 

4. Especialista em Governança Algorítmica e Ética Digital – cerca de 12% das empresas. 

5. Cientista de Dados Industrial – cerca de 12% das empresas

6. Engenheiro de Machine Learning e IA Industrial – cerca de 10% das empresas. 

7. Engenheiro de Edge Computing – cerca de 8% das empresas. 

8. Arquiteto de Soluções Blockchain para Cadeia de Suprimentos – cerca de 5% das empresas.

 

Competências necessárias

O documento também aponta quais são os conhecimentos fundamentais, necessários para as “profissões do futuro”. O ONI indica que funções operacionais e repetitivas tendem a desaparecer, enquanto cresce a procura por atividades analíticas, criativas e interdisciplinares. Portanto, há uma mudança nas competências, necessárias para os trabalhos do futuro. 

O estudo diferencia as skills, ou seja, as habilidades ligadas à prática e aplicação do conhecimento em grupo, em duas: hard skills (habilidades técnicas) soft skills (habilidades socioemocionais), enfatizando a necessidade de um equilíbrio entre as duas. As habilidades mais citadas passam por análise de dados, fluência digital, pensamento crítico e comunicação.

Já as abilities dizem respeito às suas capacidades e características individuais, e as mais valorizadas são o raciocínio lógico, percepção de problemas, velocidade perceptiva, clareza de expressão e coordenação motora.

Conclusão

A pesquisa ressalta que a transformação digital intensa da indústria exigirá uma reconfiguração da formação profissional, alinhando ensino, empresas e políticas públicas. As novas ocupações e tendências apontam para um mercado de trabalho profundamente tecnológico, no qual a atualização contínua será fundamental para a empregabilidade e competitividade.