Nesta quarta-feira (29/9), o Ibovespa passou por uma recuperação, após o principal índice doméstico ter fechado na véspera no segundo patamar mais baixo em 2021. Porém, o risco de travamento orçamentário nos Estados Unidos e de desaceleração na China limitaram a reação. O dólar teve desvalorização de 0,20%, e fechou cotado a R$ 5,440.
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou queda de 0,64% em setembro, depois de avanço de 0,66% no mês anterior, com os preços do minério de ferro voltando a despencar. O resultado divulgado nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV) levou o IGP-M a acumular em 12 meses alta de 24,86%, e a queda no mês foi mais intensa do que a de 0,42% esperada em pesquisa da Reuters.
O economista Otto Nogami, professor de economia do Insper, explica que o mercado está muito sensível. “Qualquer dado positivo é motivo para uma leve alta. A notícia boa de hoje é que o IGP-M apresentou uma redução. O dado mais significativo foi a queda das matérias primas brutas em 0,64%. Isso sinaliza uma tendência de redução dos custos de produção”, explica.
Segundo o professor de economia, a redução do IGP-M é positiva pois compromete o capital de giro, e com a aproximação das festas de final de ano e a possibilidade de mais emprego. "Mais emprego, mais renda. Mais renda mais consumo, que leva a maior produção. Mas, como sempre, amanhã é outro dia”, analisa.
De acordo com a economista Heloise Sanchez, da Equipe de Análise da Terra Investimentos, existe uma certa correlação negativa entre o Ibovespa e o dólar. “Embora não seja uma regra, quando o Ibovespa deixa de se tornar atrativo para o investidor, os investidores estrangeiros vendem suas ações, recebem em real e trocam para dólar para investir em outro local, com isso, a demanda pela moeda estrangeira aumenta, aumentando seu preço”, esclarece.
Para Sanchez, há diversas questões que vêm impactando o mercado estrangeiro. “Principalmente, como o caso da Evergrande na China, crise elétrica, redução dos estímulos monetários dos Estados Unidos, somado ao aumento da taxa de juros de títulos de longo prazo, além dos fatores internos relacionados com políticas e assuntos ainda bastante indefinidos”,declara.
Conforme a economista, a Bolsa de valores trabalha com expectativas futuras, e como o cenário interno, como também o externo ainda está bastante indefinido, os investidores começam a tentar prever os desdobramentos, agindo no presente para algo que, talvez, aconteça no futuro.
Heloise ressalta que no mercado hoje os índices se recuperam das quedas de ontem, embora ainda sigam um pouco temerosos com as diversas questões que seguem no radar. “Destaque ainda negativo para o setor de tecnologia, devido ao aumento da taxa de juros dos títulos de longo prazo dos Estados Unidos, impactando as demais ações desse setor ao redor do mundo”, ressalta.
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