Diplomacia

Pompeo se reúne com aliados dos EUA em Tóquio e volta a criticar a China

A viagem de Pompeo ao Japão foi mantida, apesar da crise do coronavírus que também afeta Washington, onde o presidente Donald Trump e alguns assessores testaram positivo para covid-19

Agência France-Presse
postado em 06/10/2020 08:49 / atualizado em 06/10/2020 08:57
 (crédito: Darko Bandic / POOL / AFP)
(crédito: Darko Bandic / POOL / AFP)

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, criticou duramente a China nesta terça-feira (6) em uma reunião com os chefes da diplomacia da Austrália, Índia e Japão, um encontro que tinha como objetivo apresentar uma frente unida contra o gigante asiático.

A viagem de Pompeo ao Japão foi mantida, apesar da crise do coronavírus que também afeta Washington, onde o presidente Donald Trump e alguns assessores testaram positivo para covid-19.

Diante do cenário, Pompeo cancelou duas etapas da viagem à Ásia, Coreia do Sul e Mongólia.

A reunião em Tóquio do "Quad", um grupo estratégico informal estabelecido em 2019 (EUA, Austrália, Índia e Japão), foi confirmada na agenda. Pompeo declarou que é "algo em que trabalhamos por muito tempo".

Na primeira reunião, com a ministra australiana das Relações Exteriores, Marise Payne, os dois abordaram as "preocupações comuns sobre as atividades maliciosas" da China na região, de acordo com um comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.

A visita de Pompeo ao Japão é a primeira de um alto funcionário do governo americano desde que o novo primeiro-ministro Yoshihide Suga chegou ao poder no mês passado em Tóquio.

"Em sua primeira declaração depois de assumir o cargo, Suga descreveu a região livre e aberta do Indo-Pacífico como 'a base da paz e da estabilidade regionais'. Eu não poderia concordar mais", declarou Pompeo.

"Eu apenas acrescentaria que a pedra fundamental da fundação é a relação EUA-Japão e a segurança e prosperidade que proporciona aos nossos povos", disse, antes de uma reunião com o ministro japonês das Relações Exteriores, Toshimitsu Motegi.

A associação entre os quatro países foi promovida especialmente pelo ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

O objetivo das principais democracias da região é intensificar a cooperação ante uma China cada vez mais poderosa e ambiciosa.

Mas até o momento o impacto do grupo é principalmente simbólico.

Antes de viajar ao Japão, Pompeo declarou que esperava "alguns anúncios importantes".

Os avanços serão anunciados após o retorno dos ministros a seus países, para consultar "os governantes e assegurar que tudo está em ordem para todos", completou.

Nos últimos meses, Pompeo e o governo do presidente Donald Trump mantêm relações tensas com Pequim nas áreas de segurança, comércio e tecnologia. As relações de Nova Délhi e Sydney com Pequim também foram abaladas recentemente.

A China não esconde sua opinião sobre o grupo "Quad". Na semana passada, o ministério chinês das Relações Exteriores pediu aos países que evitem os "grupos fechados e exclusivos".

"Esperamos que os países envolvidos consigam avançar a partir dos interesses comuns dos países da região e fazer mais coisas que favoreçam a paz, a estabilidade e o desenvolvimento da região, e não o contrário", declarou o porta-voz do ministério, Wang Wenbin.

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