Em movimento atípico, ao menos sete emissoras de televisão dos Estados Unidos interromperam, em diferentes momentos, o discurso do candidato à reeleição e presidente Donald Trump. ABC, CNBC, MSNBC, NPR, CBS, NBC e Univision (esta última, em espanhol), decidiram intervir, por meio de seus âncoras, ao vivo, nas colocações que Trump transmitia, diretamente da Casa Branca, na manhã desta quarta-feira. As emissoras CNN e Fox News, que completam as grandes forças midiáticas do jornalismo norte-americano, optaram pela transmissão completa - a CNN ofereceu checagem de fatos do discurso logo após a sua conclusão.
Apesar de não ser um movimento coletivo que foi disparado no mesmo momento do discurso, dois pontos foram fundamentais para a decisão de interrupção: as declarações de vitória que Trump fez quanto a estados que ainda não anunciaram seus resultados nem foram projetados por conglomerados de verificação e mídia oficiais e as acusações de fraude em alguns colégios eleitorais, especialmente envolvendo os votos por correspondência e as cédulas entregues após o dia oficial de eleição.
Os âncoras Lester Holt e Lindsay Davis optaram por atestar que a interrupção se deu por "falsas alegações/declarações". Na Univision, com transmissão em espanhol, a público hispânico acompanhou o âncora Jorge Ramos explicar diretamente "são mentiras".
No discurso, o presidente acusou o adversário, Joe Biden, de roubar votos. "Nós estávamos ganhando em diversos estados com uma grande margem, mas os votos começaram magicamente a mudar", disse o republicano. Qualquer que seja o resultado, uma grande batalha judicial deve ter início nos Estados Unidos, para a qual ambos os candidatos já começaram a arrecadar fundos para disputar.
Atualmente com 253 delegados, o candidato democrata Joe Biden pode ser declarado vencedor ainda nesta sexta-feira, caso confirme vitória na Pensilvânia, onde virou uma vantagem republicada de 675 mil votos, ou ainda caso seja declarado vencedor em Geórgia e Nevada, ganhando um total de 22 delegados, passando o mínimo necessário de 270 delegados. Para vencer, Trump agora precisa ganhar a Pensilvânia e mais cinco dos seis estados ainda em disputa.
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