Copenhagen, Dinamarca - A Europa deve aumentar seus esforços para conter a pandemia porque os casos aumentam na região devido à nova cepa, ainda mais contagiosa, solicitou a OMS nesta quinta-feira (7), enquanto a Espanha ultrapassou dois milhões de infecções.
"Esta é uma situação alarmante, o que significa que durante um curto período teremos que fazer mais do que fizemos", disse o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, durante uma coletiva de imprensa online. De acordo com a entidade, a nova variante do vírus "pode substituir progressivamente as que já circulam na área, como foi observado no Reino Unido e na Dinamarca".
A Europa, a região mais afetada pela pandemia, já registrou quase 28 milhões de casos de coronavírus e mais de 600.000 mortes, de acordo com um balanço da AFP com números oficiais. A Espanha ultrapassou dois milhões de casos nesta quinta-feira segundo o governo, que admitiu que o aumento das infecções gera "muita preocupação".
Até o momento, 22 países da zona da OMS na Europa, que inclui um total de 53, registraram casos ligados à nova cepa, que de acordo com estudos iniciais está respondendo a vacinas, disse a OMS. Na França, foram detectados dois "focos de risco" dessa variante, um na região de Paris e outro no oeste do país, informou o Ministério da Saúde nesta quinta-feira.
Faltam leitos nos hospitais da Inglaterra
Muitos países veem os números aumentando novamente a cada dia e, sem perceber que saíram da segunda onda, estão mergulhados na terceira. No Reino Unido, onde essa nova cepa foi detectada, um novo confinamento está em vigor em todas as regiões. O país é o mais atingido pela pandemia na Europa, com mais de 77.000 mortes.
Hospitais na Inglaterra estão considerando a transferência de alguns pacientes para lares de idosos ou outras instalações devido a um aumento exponencial de casos que ameaça sobrecarregar o sistema, disseram autoridades médicas nesta quinta-feira.
"A situação está aumentando muito rapidamente. Na semana passada, vimos 5.000 novos pacientes com covid-19 chegando aos hospitais, o equivalente a 10 hospitais cheios de pacientes com coronavírus em apenas sete dias", disse à BBC Chris Hopson, diretor do NHS Providers, órgão público responsável pelo abastecimento de centros médicos.
Na Espanha, apesar de “se aproximarem semanas complicadas nas quais devemos mais uma vez ficar em alta guarda”, um confinamento da população “não está em nossa mente nem é uma medida que estamos considerando neste momento”, disse o ministro da Saúde, Salvador Illa.
No vizinho Portugal, o governo decidiu apertar as restrições de mobilidade e estender o toque de recolher a quase todo o país a partir deste fim de semana, após registrar um recorde de 10.000 novos casos em 24 horas.
Recordes de mortes e casos no México
Do outro lado do Atlântico, o México registrou na quarta-feira um novo recorde de mortes diárias por covid-19, com 1.165 óbitos. O país já responde por quase 130 mil mortes por coronavírus e é, em termos gerais, o quarto mais em luto no mundo pela pandemia, atrás dos Estados Unidos, Brasil e Índia.
O México também registrou um recorde de infecções, com 13.345 novos casos em 24 horas. Na Colômbia, as restrições à circulação e reuniões foram reforçadas por um período de cinco dias em vários departamentos e municípios, onde vivem mais de 30 milhões de pessoas, para evitar o colapso dos hospitais.
Com 50 milhões de habitantes, o país é o segundo da região com mais casos de covid-19 (1,7 milhão) e o terceiro em número de óbitos (44.700). A situação também não é otimista na China, onde 63 novas infecções em 24 horas foram registradas nesta quinta-feira, um recorde desde julho, a maioria delas na província de Hebei, na fronteira com Pequim.
No Japão, o primeiro-ministro Yoshihide Suga declarou um novo estado de emergência por um mês em Tóquio e sua periferia na quinta-feira devido ao aumento de infecções.
Uma batalha difícil
Em todo o mundo, a nova pandemia de coronavírus causou pelo menos 1,88 milhão de mortes e mais de 87 milhões de infecções, embora esses números sejam provavelmente inferiores à realidade, dada a disparidade nos métodos de contagem.
A esperança continua sendo a vacinação. Depois da vacina da americana Pfizer e da alemã BioNTech, autorizada no dia 21 de dezembro, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorizou a vacina da Moderna, endossada depois por Bruxelas, que dá assim um impulso às campanhas de vacinação contra a covid-19 na UE.
"Teremos 160 milhões de doses adicionais" com a Moderna, após as 300 milhões de doses já encomendadas à Pfizer-BioNTech, saudou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Mais de um milhão de habitantes da União Europeia já receberam uma dose da vacina contra a covid-19, segundo números da AFP. Mas vários países do bloco criticaram a lentidão da vacinação. Nos Estados Unidos já são mais de 5 milhões de vacinados, no Reino Unido 1,3 milhão e em Israel 1,4 milhão.
Na América Latina, a vacinação já começou no México, Costa Rica, Chile e Argentina. No Brasil, onde a covid-19 já matou quase 200 mil pessoas, o governador de São Paulo anunciou os primeiros passos para autorizar o uso emergencial da vacina chinesa CoronaVac e iniciar a campanha de imunização em 25 de janeiro.
A chegada da vacina também é aguardada com grande expectativa na África do Sul, que receberá 1,5 milhão de doses do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford entre janeiro e fevereiro, disse nesta quinta-feira o ministro da Saúde, Zweli Mkhize.
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