A justiça russa condenou nesta sexta-feira (5) a gigante da mineração Norilsk Nickel a pagar uma multa recorde às autoridades do país após uma enorme contaminação por uma de suas empresas no Ártico. Um tribunal de Krasnoiarsk (Sibéria) condenou o grupo, o maior produtor mundial de paládio e níquel, a pagar o equivalente a 1,6 bilhão de euros (1,9 bilhão de dólares), segundo agências russas.
No final de maio de 2020, 21.000 toneladas de combustível vazaram em várias fontes de água no Ártico russo após o colapso de um tanque de uma empresa da Norilsk Nickel.
A agência russa de vigilância ambiental Rosprirodnadzor exigiu uma multa recorde da Norilsk Nickel, que se declarou disposta a eliminar as consequências do vazamento e arcar com os custos, mas que questiona o valor da multa.
"Vencemos! (...) Obrigado a quem pensa na ecologia hoje", comemorou no Instagram Svetlana Radionova, chefe da Rosprirodnadzor. Antes de o veredicto ser anunciado, ela indicou que "a única coisa importante é que, pela primeira vez na história da Rússia, declaramos em alto e bom som: a ecologia é assunto de todos!"
No final de julho, o presidente Vladimir Putin assinou uma lei para repassar a multa da Norilsk Nickel diretamente para o orçamento federal, e não para o orçamento regional como planejado anteriormente. A Norilsk Nickel perdia 1,8% na Bolsa de Valores de Moscou logo após o anúncio.
O grupo indicou que poderia recorrer da decisão. A decisão de hoje é "um precedente que pode realmente ajudar a resolver os problemas ambientais", comentou Elena Sakirko, chefe do departamento de energia do Greenpeace na Rússia.
"Embora o valor da multa seja ligeiramente inferior ao solicitado pela Rosprirodnadzor, ainda é a maior compensação por danos ambientais da história da Rússia", disse a ONG. "Os derivados de petróleo representam um grande perigo para o clima", ressaltou o Greenpeace.
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