Meio ambiente

Mineradora é condenada a pagar multa recorde por poluição no Ártico

No final de maio de 2020, 21.000 toneladas de combustível vazaram em várias fontes de água no Ártico russo

Correio Braziliense
postado em 05/02/2021 13:55 / atualizado em 05/02/2021 13:56
 (crédito: IRINA YARINSKAYA / AFP)
(crédito: IRINA YARINSKAYA / AFP)

A justiça russa condenou nesta sexta-feira (5) a gigante da mineração Norilsk Nickel a pagar uma multa recorde às autoridades do país após uma enorme contaminação por uma de suas empresas no Ártico. Um tribunal de Krasnoiarsk (Sibéria) condenou o grupo, o maior produtor mundial de paládio e níquel, a pagar o equivalente a 1,6 bilhão de euros (1,9 bilhão de dólares), segundo agências russas.

No final de maio de 2020, 21.000 toneladas de combustível vazaram em várias fontes de água no Ártico russo após o colapso de um tanque de uma empresa da Norilsk Nickel.

A agência russa de vigilância ambiental Rosprirodnadzor exigiu uma multa recorde da Norilsk Nickel, que se declarou disposta a eliminar as consequências do vazamento e arcar com os custos, mas que questiona o valor da multa.

"Vencemos! (...) Obrigado a quem pensa na ecologia hoje", comemorou no Instagram Svetlana Radionova, chefe da Rosprirodnadzor. Antes de o veredicto ser anunciado, ela indicou que "a única coisa importante é que, pela primeira vez na história da Rússia, declaramos em alto e bom som: a ecologia é assunto de todos!"

No final de julho, o presidente Vladimir Putin assinou uma lei para repassar a multa da Norilsk Nickel diretamente para o orçamento federal, e não para o orçamento regional como planejado anteriormente. A Norilsk Nickel perdia 1,8% na Bolsa de Valores de Moscou logo após o anúncio.

O grupo indicou que poderia recorrer da decisão. A decisão de hoje é "um precedente que pode realmente ajudar a resolver os problemas ambientais", comentou Elena Sakirko, chefe do departamento de energia do Greenpeace na Rússia.

"Embora o valor da multa seja ligeiramente inferior ao solicitado pela Rosprirodnadzor, ainda é a maior compensação por danos ambientais da história da Rússia", disse a ONG. "Os derivados de petróleo representam um grande perigo para o clima", ressaltou o Greenpeace.

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