A polêmica sobre a situação dos uigures de Xinjiang chegou ao Comitê Olímpico Australiano por sua colaboração com a Asics, uma marca japonesa de roupa esportiva acusada de usar algodão desta região chinesa, apesar do temor sobre trabalhos forçados.
A questão ressurgiu nesta quarta-feira (31/3) com a apresentação dos uniformes da Asics que os atletas australianos usarão durante os Jogos Olímpicos de Tóquio.
"Acho que nenhum atleta australiano quer usar uma roupa feita por uma empresa que se abastece de algodão de Xinjiang", disse à AFP a diretora australiana da ONG Human Rights Watch, Elaine Pearson.
No ano passado, várias empresas do setor de vestuário, como a sueca H&M, a Nike nos Estados Unidos, a Adidas na Alemanha e a Uniqlo no Japão, prometeram boicotar o algodão de Xinjiang, uma região que fornece em torno de 20% da produção mundial.
Na semana passada, em reação às sanções de União Europeia (UE), Reino Unido, Estados Unidos e Canadá à China pelo tratamento dado pela China aos uigures, tal compromisso reapareceu na rede social Weibo, o Twitter chinês.
Este foi o ponto de partida de uma campanha de boicote contra Nike, H&M, Adidas e Zara, entre outras. Alguns produtos dessas redes foram retirados das principais plataformas chinesas de vendas on-line.
A Asics é uma das empresas que, na esperança de manter seu acesso ao importante mercado chinês, comprometeu-se, inicialmente, a "continuar comprando e apoiando o algodão de Xinjiang".
Em meio à polêmica, o Comitê Olímpico Australiano justificou sua escolha.
"Eles nos garantiram que o algodão que será usado para vestir a equipe olímpica australiana não é procedente desta região", declarou seu vice-presidente, Ian Chesterman.
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