Meio Ambiente

Japão vai despejar no mar água contaminada da central de Fukushima

A água foi filtrada para eliminar a maioria de suas substâncias radioativas (radionuclídeos), mas não o trítio, que não pode ser eliminado com as técnicas atuais

Agência France-Presse
postado em 09/04/2021 14:23
 (crédito: Eugene Hoshiko)
(crédito: Eugene Hoshiko)

O Japão decidiu jogar no mar a água contaminada da acidentada central nuclear de Fukushima - informa a imprensa japonesa nesta sexta-feira (9/4), apesar da forte oposição local a este projeto.

O governo do primeiro-ministro Yoshihide Suga planeja anunciar a decisão na próxima terça-feira (13/4), segundo a agência Jiji e a rede de televisão pública NHK.

Esta decisão encerraria sete anos de debate sobre como se desfazer da água procedente da chuva, das águas subterrâneas e das injeções necessárias para resfriar os núcleos dos reatores nucleares que derreteram após o tsunami de 11 de março de 2011.

A água destinada a ser liberada nesta operação, que deve levar vários anos, foi filtrada repetidamente para eliminar a maioria de suas substâncias radioativas (radionuclídeos), mas não o trítio, que não pode ser eliminado com as técnicas atuais.

Esta substância será diluída para cumprir os padrões internacionais, disse a NHK.

Esta informação foi divulgada após a reunião de Suga com o diretor da Federação de Cooperativas Pesqueiras do Japão, Hiroshi Kishi, na quarta-feira (7).

No fim da reunião, o primeiro-ministro anunciou uma decisão "em um futuro próximo".

Atualmente, cerca de 1,25 milhão de toneladas de água contaminada estão armazenadas em mais de 1.000 tanques perto da central nuclear danificada há dez anos no nordeste do Japão.

Uma decisão a respeito é tão urgente, porque os limites da capacidade de armazenamento de água no local poderão ser alcançados a partir do outono boreal de 2022 (primavera de 2022 no Brasil).

Segundo os especialistas, o trítio é perigoso para a saúde humana somente em doses muito altas. A Agência Internacional de Energia Atômica (OIEA) também defende a opção de diluição no mar.

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