Os Estados-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) concordaram, nesta segunda-feira (31/5), em meio à batalha contra a pandemia da covid-19, que é necessário fortalecer esta agência da ONU, embora ainda não tenham definido as diretrizes desta reforma.
Mais de um ano depois do começo de uma pandemia que já deixou mais de 3,5 milhões de mortos no mundo todo e após uma semana de debates, os países integrantes da OMS decidiram fortalecer o organismo.
Esta resolução foi tomada em comissão antes de ser aprovada em plenário, no último dia da 74ª Assembleia Mundial da Saúde. A decisão foi descrita pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, como "uma das mais importantes da história da organização".
Conforme destacado nos debates, o principal objetivo da reunião é fazer a reforma da agência e de sua capacidade para coordenar a resposta às crises sanitárias globais, assim como para prevenir futuras epidemias. No caso da pandemia da covid-19, tanto a OMS quanto a comunidade internacional foram incapazes de prevê-la.
No decorrer dos últimos dias, os membros tiveram acesso a vários relatórios de especialistas independentes. Estes documentos revelaram as falhas da OMS - e também dos países - ante a covid-19 e solicitaram reformas profundas de seus sistemas de alerta e de prevenção.
Um desses informes avaliou que a pandemia poderia ter sido evitada e que a OMS declarou tarde demais, apenas no final de janeiro de 2020, uma emergência sanitária de âmbito internacional, ou seja, o nível mais elevado de alerta.
Com o título "Fortalecimento da preparação e da resposta da OMS ante emergências sanitárias", a resolução aprovada hoje foi proposta, em particular, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).
O texto ressalta que a preparação e a resposta diante das crises de saúde são, "principalmente, de responsabilidade dos governos, que desempenham um papel fundamental nesse sentido".
A resolução também enfatiza o "papel de liderança crucial" que a OMS tem no sistema das Nações Unidas diante dessas crises, destacando que as expectativas da comunidade internacional "superam, em geral, as capacidades atuais" do organismo.
Além disso, o texto instaura um grupo de trabalho que se dedicará ao fortalecimento da preparação e da resposta da OMS diante de futuras emergências sanitárias.
Aberta a todos os Estados-membros, esta força-tarefa ficará encarregada de analisar as conclusões dos diferentes relatórios e apresentar suas próprias recomendações, para que sejam examinadas na 75ª Assembleia Mundial da Saúde.
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