A Câmara Alta do Parlamento da Rússia aprovou nesta quarta-feira (2/6) por ampla maioria uma lei que abre o caminho para proibir que os aliados do opositor detido Alexei Navalny possam disputar as eleições.
O projeto de lei aprovado pelo Conselho da Federação impossibilitaria a participação em eleições dos líderes, apoiadores e membros de entidades "extremistas", uma classificação que a justiça avalia impor às organizações de Navalny.
A lei foi aprovada por 146 senadores, recebeu um voto contra e uma abstenção. Agora falta apenas a assinatura do presidente Vladimir Putin para que a lei entre em vigor.
Em paralelo, um tribunal russo estuda a possibilidade de designar as organizações favoráveis a Navalny como "extremistas", assim como grupos ultranacionalistas, ou religiosos.
Os críticos do Kremlin afirmam que as autoridades russas estão ampliando a repressão da oposição antes das eleições parlamentares de setembro.
A nova lei afeta não apenas os líderes das organizações, como ativistas e dezenas de milhares de pessoas que fazem doações.
Os líderes das organizações regionais de Navalny não poderão disputar as eleições parlamentares durante cinco anos.
Os membros das organizações e aqueles que ajudaram a financiá-las serão proibidos de apresentar candidaturas durante três anos.
As autoridades russas toleraram durante anos os grupos de oposição, incluindo o movimento político de Navalny, mas os críticos do Kremlin dizem que agora Moscou pretende eliminar qualquer vestígio de dissidência.
Navalny, que sobreviveu a um grave envenenamento com um agente neurotóxico de origem russa, cumpre desde fevereiro uma pena de dois anos e meio de prisão por uma condenação por peculato.
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