O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que a retirada das forças norte-americanas do Afeganistão estará completa até 31 de agosto — até então, a data prevista era 11 de setembro, no 20º aniversário dos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono. O líder democrata descartou que a saída militar seja um desastre ao estilo do Vietnã. No entanto, admitiu que o país não está em situação de reivindicar uma vitória, ao mesmo tempo em que assegurou que a retomada do poder pela milícia fundamentalista islâmica Talibã “não é inevitável”. “Não confio no Talibã”, disse Biden, “mas confio na capacidade dos militares afegãos”.
Os militares dos EUA “alcançaram” seus objetivos no país de degradar a rede terrorista Al-Qaeda e evitar mais ataques aos Estados Unidos, disse Biden em um discurso. “Estamos encerrando a guerra mais longa da América. Não vou enviar outra geração de americanos à guerra no Afeganistão.” Ele lembrou que os EUA “não foram ao Afeganistão para construir uma nação”.”É direito e responsabilidade apenas do povo afegão decidir seu futuro.”
Biden prometeu continuar apoiando o governo afegão e as forças de segurança e que milhares de tradutores afegãos que trabalharam para as tropas poderiam encontrar refúgio nos Estados Unidos. “Há uma casa para você nos Estados Unidos, se for sua escolha”, disse ele. “Estaremos com você, assim como você esteve conosco.” Cerca de 18 mil intérpretes, motoristas e contratados afegãos aguardam para tentar se estabelecer nos Estados Unidos. No entanto, o processamento de tais solicitações normalmente leva anos, devido à burocracia.
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Vietnã
O democrata disse que “o Talibã não é o Exército norte-vietnamita”. “Eles não são nem de longe comparáveis em termos de capacidade. Não haverá nenhuma circunstância em que você verá pessoas sendo resgatadas do telhado de uma embaixada dos Estados Unidos no Afeganistão”, afirmou ele. “Não é nada comparável.”
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