Diálogo

EUA e México retomam Diálogo Econômico de Alto Nível, em pausa desde 2016

Estados Unidos e México voltam a discutir uma "visão de futuro" com relação ao desenvolvimento econômico

Agence France-Presse
postado em 09/09/2021 18:31 / atualizado em 09/09/2021 18:32
 (crédito: Brendan Smialowski / AFP)
(crédito: Brendan Smialowski / AFP)

Estados Unidos e México discutem nesta quinta-feira(9) sua "visão de futuro" em termos de desenvolvimento e crescimento no primeiro Diálogo Econômico de Alto Nível (DEAN) desde 2016, em uma economia global afetada pela covid-19, mudanças climáticas e ataques cibernéticos.

"Nosso mundo está mais interconectado e interdependente do que nunca, o que mais uma vez destaca a importância da parceria e do relacionamento entre os Estados Unidos e o México", disse a vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris, dando as boas-vindas à delegação mexicana no Edifício Eisenhower, ao lado da Casa Branca.

“Juntos vamos fortalecer a capacidade de recuperação da rede de abastecimento. Juntos vamos modernizar a infraestrutura”, afirmou. "Investiremos em recursos de desenvolvimento inclusivo e verde e criaremos empregos para as pessoas do sul do México e da América Central."

“Este diálogo é sobre uma visão de futuro”, disse o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, prometendo “cumprir os objetivos comuns”.

Mais cedo, em um vídeo no Twitter, ele anunciou que o objetivo do encontro seria "acelerar os investimentos no México".

Ele listou os temas a serem tratados: infraestrutura na fronteira, facilitação do comércio e trânsito de pessoas, mobilidade elétrica, semicondutores, indústria automotiva no México e a criação de oportunidades no sul do México e na América Central para evitar a migração para o norte devido à pobreza.

"Acho que vai ser uma reunião extremamente produtiva", disse ele.

 

 "Prioridades"


A data, marcada pelo uso de máscaras e distanciamento social no ornamentado Salão do Tratado da Índia, foi decidida em março entre o presidente Joe Biden e seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que concordaram em retomar este encontro anual iniciado em 2013, interrompido durante o governo de Donald Trump.

"O que os participantes farão é chegar a um acordo sobre as prioridades que definirão o futuro da cooperação econômica México-Estados Unidos", disse um alto funcionário do governo Biden a repórteres, chamando o vizinho do sul de "parceiro econômico mais importante" de Washington.

O encontro acontece após a visita de Harris ao México em junho, com foco principalmente na migração ilegal a partir de Honduras, El Salvador e Guatemala, um dos principais temas da agenda bilateral.

Segundo uma autoridade, que falou sob condição de anonimato,o DEAN é uma oportunidade de "construir" o Acordo México-Estados Unidos-Canadá (T-MEC), o acordo de livre comércio em vigor desde julho de 2020 para substituir o Nafta, e "institucionalizar uma relação econômica que está adormecida há quatro anos", acrescentou.

Neste sentido, ele observou que o governo Biden-Harris trata a relação com o México "de forma construtiva e colaborativa", ao invés de "ameaçar ou usar ações punitivas".

Em 2019, Trump ameaçou aplicar tarifas às exportações mexicanas se o governo López Obrador não reduzisse o fluxo de migrantes para a fronteira com os Estados Unidos.

 

 De boa fé


Ambos os governos informaram que o Diálogo deste ano se concentrará em quatro pilares: reconstruir juntos; promover o desenvolvimento econômico e social sustentável no sul do México e na América Central; garantir as ferramentas para a prosperidade futura; e investir no povo.

Outro alto funcionário americano disse que não estava na pauta a questão das regras aplicáveis aos veículos para que tenham tratamento tarifário preferencial no T-MEC, que segundo o México não foram interpretados da forma acordada.

A questão da imigração estará em discussão, mas as autoridades americanas não se aprofundaram na recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de ordenar a reativação do programa "Fique no México", que obriga os requerentes de asilo a aguardar em território mexicano sua citação para comparecer aos tribunais.

"Temos conversado com os mexicanos de boa fé para tentar encontrar uma maneira de avançar de acordo com a decisão do tribunal", se limitou a dizer um deles.

A delegação americana é liderada por Harris e inclui os secretários de Estado, Antony Blinken; Comércio, Gina Raimondo; e Segurança Interna, Alejandro Mayorkas. Também comparecem a representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Katherine Tai; a administradora da agência para o desenvolvimento internacional USAID, Samantha Power e o embaixador dos EUA no México, Ken Salazar.

Pelo México, participam além de Ebrard, a secretária de Economia, Tatiana Clouthier; e os subsecretários da Fazenda, Gabriel Yorio; e Comércio Externo, Luz María de la Mora; assim como o encarregado da América do Norte na chancelaria, Roberto Velasco; e o embaixador mexicano nos Estados Unidos, Esteban Moctezuma.

 

 


© Agence France-Presse

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação