Violência

Jornalistas são assassinados por quadrilha enquanto faziam reportagem no Haiti

As mortes ocorreram ao mesmo tempo em que os grupos criminosos tentam ampliar ações para além dos bairros marginais de Porto Príncipe

Correio Braziliense
postado em 07/01/2022 19:23 / atualizado em 07/01/2022 19:27
 (crédito: Reprodução/International Journalists)
(crédito: Reprodução/International Journalists)

Dois jornalistas foram assassinados no Haiti na última quinta-feira (6/1) por uma quadrilha que atua na periferia da capital, Porto Príncipe, informou a emissora de rádio onde eles trabalhavam.

Wilguens Louissant e Amady John Wesley foram mortos em um tiroteio e um jornalista que os acompanhava conseguiu escapar, segundo a Radio Ecoute FM.

As mortes ocorrem no momento em que os grupos criminosos ampliam as ações para além dos bairros marginais de Porto Príncipe. A área de Laboule 12, onde os três jornalistas faziam uma reportagem, é alvo de confrontos intensos entre grupos armados que tentam tomar o controle da região.

Uma estrada que cruza a área é a única alternativa para se chegar à metade sul do país, além da rodovia principal, controlada desde junho por uma das quadrilhas mais poderosas do país.

Menos equipada e tendo que enfrentar grupos criminosos fortemente armados, a polícia haitiana não tenta organizar nenhuma operação em larga escala contra as quadrilhas desde março de 2021.

Morte do presidente do país

Em 7 de julho de 2021, o presidente Jovenel Moise do Haiti foi assassinado em sua residência na capital Porto Príncipe, mergulhando o Haiti em uma crise política ainda mais profunda e aumentando a insegurança que os habitantes enfrentam diariamente. A informação na época foi confirmada pelo primeiro-ministro interino do país, Claude Joseph. A primeira-dama, Martine Moise, também foi baleada e ficou hospitalizada. 

O país vive uma grave crise política, econômica e social desde a dissolução do Parlamento por Jovenel Moise. Ele governava por decreto há mais de um ano antes de seu assassinato, depois de não serem realizadas eleições legislativas no país. Moise pretendia promover uma polêmica reforma constitucional.

Ele era acusado pela oposição de tentar aumentar seu poder, inclusive com um decreto que limitava os poderes de um tribunal que fiscaliza contratos governamentais e outro que criava uma agência de inteligência que respondia apenas ao presidente.

Moise afirmava que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro de 2021.

*Com informações da Agence France-Press

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