Justiça

Justiça condena ex-tenista Boris Becker a 2 anos e meio de prisão

Com falência declarada em 2017, o ex-tenista foi condenado por acusações que incluem subtração de bens, ocultação de patrimônio e ocultação de dívida

Agência France-Presse
postado em 29/04/2022 14:04 / atualizado em 29/04/2022 19:20
 (crédito: Adrian DENNIS / AFP)
(crédito: Adrian DENNIS / AFP)

Londres, Reino Unido - O ex-tenista alemão Boris Becker foi condenado nesta sexta-feira a dois anos e meio de prisão pela justiça britânica por quatro acusações ligadas a sua falência.

Becker, de 54 anos e vencedor de seis torneios de Grand Slam, foi declarado culpado de ter sonegado 2,5 milhões de libras esterlinas (R$ 15,4 milhões na cotação atual) para evitar o pagamento de suas dívidas.

O ex-tenista terá que cumprir metade da pena em prisão, antes de poder se beneficiar de uma liberdade condicional.

Com falência declarada em 2017, o ex-tenista foi condenado por acusações que incluem subtração de bens, ocultação de patrimônio e ocultação de dívida.

Becker, que reside no Reino Unido desde 2012, foi considerado culpado no dia 8 de abril pela Southwark Crown Court de Londres de ter transferido ilegalmente centenas de milhares de euros e de libras esterlinas para não ter que arcar com suas dívidas depois de ter declarado falência.

O ex-tenista chegou nesta sexta-feira pela manhã de táxi ao tribunal, ao lado da namorada Lilian de Carvalho Monteiro. Seu filho mais velho, Noah, de 28 anos, também compareceu ao julgamento.

Boris Becker permaneceu impassível ao anúncio de sua sentença, recolhendo sua bolsa antes de ser conduzido à sua cela. Nenhuma informação foi fornecida imediatamente sobre um possível recurso.

A ex-tenista Chris Evert, uma lenda do circuito feminino, reagiu à decisão: "Sinto muito por Boris Becker. Foi ótimo trabalhar com ele no Eurosport, sempre um cavalheiro", escreveu no Twitter.

Durante o processo, a promotoria afirmou que ex-tenista recebeu 1,13 milhão de euros (R$ 5,8 milhões na cotação atual) pela venda de uma concessionária de automóveis Mercedes que possuía na Alemanha, dinheiro que transferiu para uma conta bancária profissional que utilizava como "cofrinho pessoal" para bancar compras de luxo e gastos com a educação de seus filhos.

"A condenação de Boris Becker mostra claramente que a ocultação de bens em meio a uma declaração de falência é uma infração grave, pela qual perseguimos aqueles que a cometem”, disse o diretor-geral da Insolvency Service, a agência governamental britânica encarregada de administras as falências.

Problemas judiciais no passado

Há 20 anos, Becker foi condenado na Alemanha a uma pena de dois anos de prisão, que foi suspensa, e aplicou uma multa de 500 mil euros por sonegação de impostos.

A juíza britânica Deborah Taylor repreendeu o ex-tenista por não ter aprendido com seus problemas judiciais do passado.

"Não mostrou nenhum arrependimento, nem aceitação de sua culpabilidade, e procurou se distanciar de suas infrações e sua falência", afirmou Deborah.

Segundo seu advogado, Jonathan Laidlaw, Boris Becker “não poderá encontrar trabalho e terá que contar com a caridade de outras pessoas para sobreviver”.

O ex-tenista ainda foi absolvido de outras 20 acusações, incluindo as que se referiam ao desaparecimento de seus troféus. Durante a audiência, afirmou que não sabia onde estavam.

No julgamento, Becker disse que ainda tinha em sua posse "muitas" de suas recompensas esportivas, mas que algumas tinham sumido.

Ele já vendeu em leilões uma parte de seus troféus por 700 mil libras.

Segundo explicou o próprio ex-tenista, a falência e a forma como a imprensa tratou o tema prejudicaram a "marca Becker".

No passado, ele teve problemas com a justiça espanhola por dívidas referentes às obras em sua casa em Mallorca e também com a justiça suíça, por não ter pagado o pastor que celebrou seu casamento em 2009.

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