Portugal

Lulistas e bolsonaristas se confrontam em Lisboa, mas sem violência

Por precaução, a Polícia de Segurança Pública (PSP) de Portugal optou por se posicionar de forma estratégica entre os rivais, a fim de evitar violência

VICENTE NUNES Correspondente
postado em 02/10/2022 14:11 / atualizado em 02/10/2022 14:11
 (crédito: Vicente Nunes/CB/DA Press)
(crédito: Vicente Nunes/CB/DA Press)

Lisboa — Eleitores do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) se enfrentaram em frente à Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde ocorre a votação para as eleições presidenciais deste ano. Com gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”, defensores de Bolsonaro tentavam se contrapor aos cânticos dos apoiadores de Lula: “Lula, ladrão, roubou meu coração. Lula, Lula”.

Apesar do tom mais alterado de alguns eleitores dos dois lados, não houve agressão mútua. Mas, por precaução, a Polícia de Segurança Pública (PSP) de Portugal optou por se posicionar de forma estratégica entre os rivais, a fim de evitar violência. Houve um reforço grande de efetivo policial, diante da forte polarização política no Brasil, que transbordou fronteiras. Portugal, com quase 90 mil votantes, é o segundo maior colégio eleitoral fora do Brasil.

Eleitora de Lula, Ivonete Castro Santana, 49 anos, diz que é importante que todos expressem a sua posição política por meio do voto. Ela ressaltou a indignação com apoiadores de Bolsonaro por defenderem a ditadura, que retira dos cidadãos o direito básico de escolherem seus representantes nos governos e no Congresso.

“Precisamos ter, no comando do nosso país, uma pessoa que represente os movimentos sociais e que resgate os símbolos nacionais, como a bandeira verde e amarela, apropriados por bolsonaristas”, afirmou. Ela ressaltou que, neste ano, há mais eleitores do candidato do PT em Portugal do que em 2018.

Segundo João Pedro Delgado, 20, que participa pela primeira vez das eleições, o voto é extremamente importante, é o caminho que os cidadãos têm para garantir um país melhor. “As pessoas lutaram bastante para conquistarmos esse direito. Então, como cidadão de bem que sou, só me resta votar, fazer a minha parte e votar na pessoa que considero a mais correta para conduzir o país, na minha opinião”, disse.

Para Patrícia Cavalcanti, 46, “nada melhor do que exercer a cidadania, para transformarmos o nosso país.
João Santiago, 61 anos, bolsonarista convicto, não se furtou em se meter entre os grupos que defendem Lula para dizer por que o seu candidato merecia o seu voto.

“Em quatro anos de governo não houve nenhum caso de corrupção”, bradava, sob vaias de oponentes. Priscila Alves, 35, com Bolsonaro, o Brasil pode saber o que era exatamente esquerda e direita e descobrir o que fazem o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). “Além disso, fez um governo para as famílias, sem corrupção, para os mais pobres”, destacou, ressaltando que “tudo o que dizem sobre a covid é mentira, inclusive no Amazonas”, de onde ela é.

Marilda Batista, 55, afirmou que, “se votasse 10 vezes, votaria em Bolsonaro, porque ele está com Deus”. No entender dela, os brasileiros devem usar os votos nas urnas para garantir a continuidade das mudanças que o presidente vem fazendo desde que chegou ao poder. “Não queremos mais governos de esquerda, que são corruptos. Precisamos valorizar a família. É nisso que eu acredito”, assinalou.

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