Manifestantes tomaram o centro de Lima, capital do Paru, nos últimos dias. Durante a marcha, o grupo protestou contra o governo da presidente Dina Boluarte e pelo fechamento do Congresso. O ato terminou em confronto entre o grupo e as forças de segurança do país.
Sindicatos de agricultores, organizações civis e grêmios estudantis das regiões andinas do sul de Cusco, Puno e também de Lima, participaram dos protestos.
"Eles não vão nos tirar dessa luta", disse Adela Paz, uma mulher de 68 anos de Cusco, que pediu "a mudança do Peru em favor do povo que trabalha", disse. A manifestante participava de um ritual ao lado da multidão na Praça Dois de Maio, que queimava a madeira sagrada Palo Santo e folhas de coca. Ao aroma resultante se atribuem propriedades purificantes.
Na tentativa de conter os protestos, a polícia utilizou gás lacrimogêneo para impedir o avanço do grupo que caminhava em direção à sede do Congresso peruano e às proximidades do Palácio do Governo.
Os manifestantes enfrentaram as forças de segurança lançando fogos de artifício, e se protegiam com capacetes e escudos improvisados.
Entre as reivindicações, estão as condições das populações indígenas que, apesar de habitarem regiões ricas em gás, agricultura e mineração, vivem na pobreza com o mínimo de direitos sociais, principalmente relacionados à educação e saúde.
Moradores das periferias de Lima chegaram cantando "sim, nós podemos", agitando bandeiras peruanas e a wiphala — a colorida bandeira quadrangular representativa das etnias andinas — constataram os repórteres da AFP.
Com cerca de 50 pessoas, outro grupo protestava de forma simultânea no centro de Lima. Identificados como a "Legião Patriótica", afirmaram defender a polícia peruana "em suas operações contra terroristas subversivos".
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Bloqueio do Congresso
O protesto foi realizado um dia depois que o Congresso bloqueou os debates para antecipar as eleições gerais. Com a decisão, válida até agosto e baseada em procedimentos técnicos, o parlamento enterrou a possibilidade de renovação da Presidência e do Congresso em 2023, como pedem os manifestantes desde dezembro em protestos que deixaram 48 mortos. Até sábado, a presidente não havia se manifestado quanto à decisão.
Dani Boluarte substituiu o ex-presidente de esquerda Pedro Castillo, que foi deposto e preso em 7 de dezembro após uma tentativa fracassada de dissolver o Congresso e governar por decreto.
A intenção inicial de Boluarte era completar o mandato de Castillo até 2026, mas antes da eclosão das mobilizações, ela pediu ao Congresso a antecipação das eleições.
(Com informações da AFP)
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