Oriente Médio

Embaixadores árabes pedem que Brasil atue na busca pela paz no Oriente Médio

O Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil condenou as invasões da polícia de Israel à Mesquita de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, e instou o governo brasileiro a desempenhar um papel mais ativo perante à comunidade internacional para a busca pela paz no Oriente Médio

Correio Braziliense
postado em 09/04/2023 03:55
 (crédito: Ahmad Gharabli/AFP)
(crédito: Ahmad Gharabli/AFP)

O Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil condenou as invasões da polícia de Israel à Mesquita de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém, e instou o governo brasileiro a desempenhar um papel mais ativo perante à comunidade internacional para a busca pela paz no Oriente Médio. "O uso desproporcionado da violência por parte das forças israelenses de ocupação é uma tentativa desesperada do governo israelense para desviar a atenção de sua inextricável crise política e institucional", afirma o Conselho, por meio de nota.

O grupo de diplomatas solicitou ao Brasil que condene "as violações e atos perpetrados pelas forças de ocupação israelenses em Jerusalém e na Mesquita de Al-Aqsa; proteja os locais sagrados muçulmanos e cristãos de Jerusalém; e tome consciência de que os incidentes nos territórios palestinos são reflexo do uso excessivo, unilateral e desproporcional da força". 

Os embaixadores disseram esperar que o Brasil entenda que "o fim à ocupação israelense se apresenta como via para alcançar uma paz justa, definitiva e duradoura no Oriente Médio". Em entrevista ao Correio, o embaixador Qais Shqair — chefe da Missão da Liga Árabe no Brasil — explicou que a única forma de reduzir as tensões é a interrupção, por parte de Israel, de "ataques contra devotos indefesos na sagrada Mesquita de Al-Aqsa".

Shqair defende o respeito ao status quo histórico e jurídico em locais sagrados para cristãos e muçulmanos, que são custodiados pela Jordânia. Na quarta-feira, a polícia de Israel invadiu a Mesquita de Al-Aqsa e prendeu 350 fiéis. Após a invasão, 34 foguetes foram disparados do Líbano em direção ao norte de Israel. Ontem, três foguetes lançados da Síria, no Golã, caíram perto do moshav Meitsar. As Forças de Defesa de Israel (IDF) revidaram com tiros de artilharia.

"Israel precisa comprometer-se com o processo de negociação com os palestinos, para retomarmos esforços em alcançar um acordo de paz justo e completo, baseado nas relações da ONU, com a retirada para as fronteiras anteriores a 5 de junho de 1967. A solução baseada em dois Estados deve ser finalizada com um Estado Palestino independente, com Jerusalém Oriental como capital", disse Shqair. 

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, lembrou que o Brasil tem apoiado o processo de paz desde 1947 e citou a "constante disposição" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em "contribuir para encontrar uma solução que salve a região do derramamento de sangue, da violência e do sofrimento".

Israel começou a mobilizar reservistas e reforçou a presença de militares nas ruas após a morte de três pessoas em dois atentados na sexta-feira. Na Cisjordânia, as irmãs israelo-britânicas Rina Dee, 16 anos, e Maia Dee, 20, foram mortas durante emboscada no Vale do Rio Jordão (norte). Em Tel Aviv, o italiano Andrea Parini, 35, foi morto por um árabe-israelense que lançou o carro contra turistas. (RC)

 


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 (crédito: Missão da Liga Árabe no Brasil)
crédito: Missão da Liga Árabe no Brasil

"O objetivo da escalada de tensão no Oriente Médio é óbvio: desviar a atenção das violações contra a santidade da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém. Veja o momento em que o governo israelense alveja os devotos muçulmanos indefesos. Ele coincide com imensas manifestações, em Israel, contra as políticas do governo. O premiê Benjamin Netantanyahu está bem no meio da crise institucional."

Embaixador Qais Shqair, chefe da Missão da Liga Árabe no Brasil

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