Alemanha

Mais de 9.300 menores teriam sido estuprados na Igreja protestante alemã

Segundo cálculos de Harald Dressing, pesquisador do Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim, o número de potenciais culpados pode chegar a 3.500

Serviço memorial para o vítimas na Igreja Protestante de Brokstedt, norte da Alemanha, no aniversário do ataque mortal com faca em um trem regional em Brokstedt, norte da Alemanha, em 25 de janeiro  -  (crédito: CHRISTIAN CHARISIUS / POOL / AFP)
Serviço memorial para o vítimas na Igreja Protestante de Brokstedt, norte da Alemanha, no aniversário do ataque mortal com faca em um trem regional em Brokstedt, norte da Alemanha, em 25 de janeiro - (crédito: CHRISTIAN CHARISIUS / POOL / AFP)

Até 9.335 menores podem ter sido vítimas de abusos sexuais dentro da Igreja protestante da Alemanha, segundo uma estimativa publicada nesta quinta-feira (25) em Hannover, norte da Alemanha, no âmbito de um estudo.

De acordo com esse relatório, foram contabilizados 2.225 casos de abuso sexual, que implicariam 1.259 culpados. Os investigadores destacaram, no entanto, que esse número provavelmente não passa da "ponta do iceberg", porque não puderam estudar todos os arquivos. 

Segundo cálculos de Harald Dressing, pesquisador do Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim, o número de potenciais culpados pode chegar a 3.500. 

O relatório, de mais de 800 páginas, foi encomendado pela Igreja protestante alemã e preparado por especialistas de diferentes universidades e institutos alemães. 

De acordo com Dressing, a Igreja protestante alemã tem feito muito menos do que a católica para estudar os possíveis casos de abuso sexual, apesar de tê-los criticado.

"Quando se compara, a Igreja protestante fez pior", afirmou Dressing durante a apresentação do estudo à imprensa, denunciando a falta de documentos fornecidos para o estudo. 

Um estudo universitário publicado em 2018 afirmou que, na Alemanha, 3.677 menores foram vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero católico entre 1946 e 2014. 

Assim como no caso da Igreja protestante, estima-se que o número real de vítimas seja maior, uma vez que os autores do estudo também não conseguiram acessar todos os arquivos da instituição.

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postado em 25/01/2024 18:36
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