Conflito em Gaza

EUA questionam Israel por mortes durante distribuição de comida em Gaza

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, soldados abriram fogo contra a multidão. O Exército israelense negou as acusações e apontou que os moradores morreram pisoteados e atropelados pelos veículos que levavam ajuda humanitária

Ao menos 110 pessoas morreram e 750 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde da região -  (crédito: AFP)
Ao menos 110 pessoas morreram e 750 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde da região - (crédito: AFP)
postado em 29/02/2024 21:58

Os Estados Unidos analisam "versões contraditórias" de um incidente ocorrido nesta quinta-feira (29/2) durante uma fila de distribuição de comida em Gaza. A afirmação foi feita pelo presidente americano Joe Biden e reforçada pelo porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, que indicou que os americanos exigiram "respostas" de Israel sobre a situação que consideraram "desesperadora".

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, soldados abriram fogo contra a multidão, que se lançou contra 30 caminhões com ajuda humanitária. O Exército israelense, porém, alegou que os moradores morreram pisoteados e atropelados pelos veículos. Ao menos 110 pessoas morreram e 750 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde da região.

O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou que os caminhões acabaram "cercados por pessoas que tentavam saquear" o comboio e, assim, muitas vítimas foram atropeladas. Em contrapartida, testemunhas consultadas pela Agência France-Presse afirmam que os policiais israelenses que estavam nas imediações para proteger o comboio atiraram contra a multidão que se aproximou dos caminhões.

O titular da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos ressaltou que nenhuma agência da ONU participou da ação humanitária. O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve se reunir em caráter de emergência para abordar a situação.

O incidente diminui as esperanças de que haja uma trégua em Gaza nos próximos dias, como era esperado por autoridades internacionais, entre elas o presidente americano Biden. Ele admitiu nesta quinta-feira que o prazo "provavelmente" não poderá ser cumprido.

*Com informações da Agência France-Presse

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