Chile

Justiça do Chile pede nova investigação sobre a morte de Pablo Neruda

O recurso de apelação foi interposto pelos sobrinhos de Neruda e pelo Partido Comunista, para o qual o poeta militou

Por determinação da Justiça chilena, as investigações para esclarecer as causas da morte do poeta Pablo Neruda serão reabertas. A Corte de Apelações revogou o encerramento do caso e determinou o início de novas apurações e perícias na tentativa de desvendar o mistério em torno da morte do escritor, ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1971. Existe a suspeita de que ele pode ter sido envenenado pela ditadura de Augusto Pinochet há cinco décadas.

O recurso de apelação foi interposto pelos sobrinhos de Neruda e pelo Partido Comunista, para o qual o poeta militou. Neruda faleceu aos 69 anos, em 23 de setembro de 1973, 12 dias após o golpe de Estado no Chile. Ele sofria de câncer de próstata, apontado como causa da morte.

A investigação judicial sobre a morte começou depois que, em 2011, seu ex-motorista, Manuel Araya, relatou à imprensa as suspeitas de envenenamento. A hipótese ganhou força porque, embora em tratamento oncológico, Neruda não estava em fase terminal, de acordo com a versão de Araya, que morreu em 21 de junho do ano passado.

“A investigação não se encontrava esgotada, e, por isso, o inquérito deve ser reaberto. Consideramos que houve um grande avanço”, disse Manuel Luna, advogado do Partido Comunista, ao comentar a decisão judicial.

Entre as diligências ordenadas pela Justiça está uma nova perícia grafotécnica em relação ao certificado de óbito, segundo o qual Neruda morreu em consequência da metástase provocada pelo câncer de próstata que o acometia. Além disso, são citados testemunhas e um especialista no estudo da bactéria Costridium botulinum, que se acredita ter sido inoculada em Neruda e, eventualmente, causado a morte do poeta.
Neruda era um dos principais opositores ao regime de Pinochet, que depôs o governo do presidente socialista Salvador Allende, próximo ao prêmio Nobel.
Paraguai

Em Assunção, familiares de vítimas da ditadura do general Alfredo Stroessner celebraram a condenação do delegado de polícia aposentado Eusebio Torres Romero. Ele recebeu uma pena de 30 anos de prisão por torturar dois homens e a esposa de um deles, em 1976. Em decisão unânime, o Tribunal de Sentença declarou que “crimes contra a humanidade não prescrevem” no Paraguai. Devido à idade, 87 anos, Romero cumprirá a sentença em prisão domiciliar.

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