EUA

Senado vota confirmação de Hegseth como chefe do Pentágono

Ex-militar enfrenou acusações de agressão sexual e consumo excessivo de álcool

Pete Hegseth será votado para cargo de chefe do Pentágono -  (crédito: Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
Pete Hegseth será votado para cargo de chefe do Pentágono - (crédito: Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

O Senado votará na noite desta sexta-feira (24/1) a confirmação de Pete Hegseth, 44, como chefe do Pentágono, após semanas de polêmica devido a acusações contra esse ex-militar de agressão sexual, consumo excessivo de álcool e falta de experiência.

A Constituição americana exige que nomeações de funcionários do alto escalão sejam confirmadas pelo Senado, após uma audiência no comitê competente.

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Os republicanos ocupam 53 das 100 cadeiras da câmara alta, mas duas senadoras da maioria indicaram que votarão contra a nomeação de Hegseth, que também é apresentador do canal Fox News, o preferido dos conservadores americanos.

Para a senadora Lisa Murkowski, a nomeação levanta "preocupações importantes". Ela também citou a oposição de Hegseth a que as mulheres sirvam em tropas de combate, uma declaração da qual ele se retratou.

Caso outros dois republicanos se unam a essas senadoras, a nomeação seria rejeitada, o que é improvável de acontecer.

'Cultura guerreira'

Hegseth deve assumir a chefia de um departamento que emprega cerca de 3 milhões de soldados, reservistas e civis, e tem um orçamento de US$ 850 bilhões (cerca de R$ 5 trilhões) anuais. Segundo ele, sua missão principal será "devolver a cultura guerreira" ao Pentágono.

O anúncio da nomeação de Hegseth gerou protestos da oposição em novembro. No Comitê de Serviços Armados, senadores democratas o bombardearam com perguntas sobre a acusação de agressão sexual, que remonta a 2017, na Califórnia.

O ex-militar nega ter mantido relações não consentidas, e fechou um acordo financeiro com a mulher que o acusou, para evitar um processo.

'Vencedor'

Os democratas multiplicam as críticas à capacidade de Hegseth. Durante a audiência de confirmação, a senadora Tammy Duckworth afirmou que ele não está apto ao cargo.

Essa ex-piloto de helicóptero de combate, que teve as pernas amputadas após sua aeronave ser atingido por um foguete no Iraque, em 2004, criticou a oposição de Hegseth à presença de mulheres nas tropas de combate.

Hegseth também é suspeito de consumo excessivo de álcool. "Um de seus colegas disse que você estava tão bêbado durante um ato em um bar, que gritou 'Mate todos os muçulmanos'", destacou a senadora Elizabeth Warren, durante a audiência.

Apesar das críticas a Hegseth, Trump afirma que ele é "um vencedor".

Robin LEGRAND
RL
postado em 24/01/2025 20:49 / atualizado em 24/01/2025 20:49
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