
"Francisco, irmão, queremos vê-lo saudável", grita um grupo de peregrinos mexicanos, que, como muitos dos fiéis que chegam às portas do Hospital Gemelli de Roma, não perdem a esperança na rápida recuperação do papa. Em frente à estátua de São João Paulo II, logo na entrada, os fiéis rezam pela recuperação do jesuíta, de 88 anos, motivados por mais um dia de melhora em seu estado de saúde após 14 dias no hospital e pelo breve retorno do bom tempo a Roma.
"A saúde do papa continua melhorando", indicou a Santa Sé, em um breve comunicado divulgado na noite de ontem. A nota ressalta que, "dada a complexidade do quadro clínico, são necessários mais dias de estabilidade", antes de modificar seu prognóstico.
O líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos no mundo foi internado na clínica Gemelli, em Roma, em 14 de fevereiro, devido a uma bronquite que evoluiu para uma dupla pneumonia. No último fim de semana, uma crise asmática, uma leve insuficiência renal e uma transfusão de sangue agravaram a apreensão dos fiéis. O quadro clínico foi considerado crítico até anteontem, quando o boletim médico indicou que os problemas haviam sido revertidos.
"O Santo Padre dedicou a manhã à fisioterapia respiratória, alternando-a com momentos de descanso", informou a Santa Sé, no último comunicado de ontem. Durante a tarde, Francisco teve uma nova sessão de fisioterapia. Depois, como tem feito nos últimos três dias, dedicou-se às suas atividades profissionais.
Otimismo
"Com essa luz do sol, temos ainda mais esperança na rápida recuperação do papa", disse à agência de notícias France Presse (AFP) Rita Crolla, uma italiana de 65 anos que está visitando a cunhada no hospital nos arredores de Roma. É grande o fluxo de católicos na capital da Itália por conta do Jubileu, o "ano santo", a ser celebrado em 2025 sob o signo da "esperança".
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"Hoje (ontem), voltamos ao México e queríamos, antes de partir, vir e ver onde ele está. Não importa que só vejamos a janela, mas também (queríamos) fazer algumas orações para ele", declarou, emocionada, Lili Iparrea Fernández, 74 anos. O grupo rezou um rosário de joelhos pela saúde do jesuíta argentino. "Viva o papa, viva a Virgem de Guadalupe!", gritavam, entre as orações.
"Gostaríamos de entrar e beijar seus pés", disse Flor Mercado García. A mulher, de 66 anos, carregava um buquê de flores amarelas para oferecer ao pontífice e que foram depositadas aos pés da estátua de João Paulo II, onde estão empilhadas velas, desenhos e mensagens de apoio. "Sabemos que ele está sendo cuidado por excelentes médicos, mas Deus, nosso pai, tem a excelência", acrescentou Lili Iparrea Fernández, que se declarou "comovida" com a melhora do jesuíta.
Dentro do hospital, a agitação de pacientes, médicos e visitantes nos corredores contrasta com a reclusão de uma capela lotada para a missa das 13h05 para os funcionários. "Como todos sabem, estamos oferecendo momentos intensos de oração (...) pela saúde do Santo Padre. Então, vamos continuar, porque me parece que eles estão tendo algum efeito positivo", sorri o padre Nunzio Currao, no início da cerimônia.
Para o padre Nunzio, cuja casula verde ecoa as vestes verdes da equipe médica presente, "obviamente o tratamento está em andamento". "Esperamos que eles possam ajudar a resolver os problemas, mas sabemos como a terapia espiritual também é importante", assinalou.
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