
Visitar um museu pode ser uma oportunidade dos pensamentos intrusivos invadirem a mente e gritarem por uma interação com as obras. Foi o que aconteceu no museu Palazzo Maffei, em Verona (Itália), quando um visitante cedeu aos impulsos e sentou em uma cadeira feita cristais Swarovski, danificando-a.
Em imagens divulgadas pelo museu nas redes sociais, é possível ver o homem sentando na cadeira enquanto uma mulher fotografa a cena. Após o objeto quebrar, ambos deixam o local imediatamente. As autoridades ainda não identificaram a dupla.
O Palazzo Maffei informou que registrou uma denúncia contra o turista. "O pesadelo de qualquer museu", escreveu a instituição nas redes sociais. A administração frisou que espera "começar uma verdadeira campanha para conscientizar sobre o valor da arte e o respeito que ela merece" devido ao “gesto irresponsável que causou sérios danos ao trabalho delicado”.
A peça é uma criação do artista italiano Nicola Bolla, adquirida pelo museu em 2022 e inspirada na pintura A Cadeira de Van Gogh com Cachimbo, de autoria do holandês Vincent Van Gogh. Conforme a instituição, a obra já foi restaurada e voltou para a exibição. “Durante dias não sabíamos se teria sido possível restaurá-lo”, lamentou a direção.
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Em entrevista ao portal italiano Fanpage, Bolla comentou que o “gesto idiota” também foi artístico. “Fala-se muito sobre a arte como interação com o público: e o que é mais interativo do que isso? O dano que essas pessoas causaram? As pessoas devem estar envolvidas na arte, devem reagir: a indiferença é o que cria mais problemas para o artista”, afirmou.
“Provavelmente, isso despertou consciência, foi um gesto bastante eloquente sobre como as pessoas veem o mundo da arte. Mas eu sempre trabalhei com a transposição de objetos: coisas que têm valor, mas que depois podem se tornar algo completamente diferente. E, na realidade, eles fizeram exatamente o que eu faço na arte”, argumentou o autor da cadeira danificada.
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Embora descrita como ridícula pelo artista, Bolla destacou que a ação também proporcionou visibilidade ao museu. “No entanto, também me favorece um pouco: gosto de me divertir. E já me aconteceu várias vezes de minhas obras serem danificadas”, lembrou. “Provavelmente minhas obras parecem tão verdadeiras e tão reais que as pessoas pensam que podem se apropriar delas."
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